O PSD/Açores interrogou hoje o governo regional a respeito das recentes declarações de responsáveis da companhia aérea regional, querendo saber “se o executivo se revê nas afirmações da SATA, segundo as quais nunca houve um avião estacionado na ilha Terceira para assegurar as ligações com outras ilhas do Grupo Central”, perguntam os social-democratas.
Num requerimento enviado à Assembleia Legislativa, o grupo parlamentar do PSD diz que, “perante a crueza da realidade, a SATA tornou público um comunicado a tentar defender o indefensável e faltando à verdade”, porque “não é verdade o que afirma a companhia, dizendo que nunca houve um avião estacionado na Terceira para assegurar as ligações da manhã com as outras ilhas do grupo central, e que apenas deixou de estar estacionado o avião Dornier que procedia às ligações com o Corvo”, afirma Carla Bretão.
A deputada explica que “a verdade, como devem conhecer os membros do governo regional, é bem outra, pois o Dornier assegurou, durante largos anos – a maioria da sua vida na SATA – ligações para várias ilhas dos três grupos do arquipélago, chegando a ser, durante vários anos da década de 90 do século passado, o avião que mais operava na SATA, com quatro tripulações atribuídas, e voando para todas as ilhas dos Açores”, refere.
Carla Bretão acrescenta que, “no final dos anos 90, começaram a ser retirados voos ao Dornier, bem como algumas tripulações, mas o aparelho continuou a voar para São Jorge e Graciosa, até meio da década de 2000, e para o Pico, até ao início da mesma. Tudo isto sem contar com os sucessivos fretamentos, ou os voos de carga e de reposição de ligações, originados pelos cancelamentos dos ATP”, recorda.
“Nesse período, o Dornier assegurou ligações da manhã entre a Graciosa e São Jorge, de modo a permitir o acesso aos voos de ligação para Lisboa, na Terceira”, diz a parlamentar, assumindo que “a decisão assumida, há cerca de um ano, de concentrar apenas numa ilha toda a frota inter-ilhas da SATA põe em causa um serviço que, por natureza, deve ser público, e é contra isso que o PSD se insurge desde a altura em que a mesma foi conhecida, então com uma declaração política, e posteriormente com diversas intervenções”.
“E o governo regional continua sem apresentar motivos suficientes e adequados para a decisão, e têm sido sucessivos os cancelamentos de voos, decorrentes das condições climatéricas, a confirmar as preocupações que o PSD suscitou”, relembra, sustentando que, “num espaço de tempo inferior a três semanas, o aeroporto de Ponta Delgada encerrou por quatro vezes. Uma devido a ventos fortes de Norte, e as outras três devido a nevoeiro. Em nenhum dos casos as condições de operacionalidade do Aeroporto das Lajes foram afectadas”, diz a deputada.
Assim, e no âmbito do requerimento formulado, os social-democratas querem saber “se o governo regional pondera dar instruções à SATA para rever a decisão de concentrar toda a sua frota em São Miguel”, do mesmo modo que solicitam “o número de voos cancelados, nos últimos meses, pela SATA nas ligações inter-ilhas, devido a encerramentos do aeroporto de Ponta Delgada, assim como todos os dados referentes a estudos ou avaliações técnicas que fundamentaram a decisão de concentração numa única ilha”, conclui Carla Bretão.
