PSD quer aumento de 10% nos complement​os das pensões nos Açores

O PSD propôs hoje um aumento de 10% dos complementos dados às pensões e ao abono de família nos Açores em 2014, e a afetação de 700 mil euros para reduzir as listas de espera na saúde.
Estas são duas das alterações que o PSD quer introduzir na proposta de Plano e Orçamento dos Açores para 2014 do Governo Regional, que o plenário da Assembleia Legislativa da região debaterá e votará na próxima semana.
“Acreditamos que esta será uma medida que permitirá aliviar muitas famílias e pessoas das mais fragilizadas e desprotegidas, abrangendo cerca de 70 mil açorianos”, destacou hoje o deputado do PSD António Marinho, numa conferência de imprensa em Ponta Delgada.
A proposta do Governo Regional prevê um aumento do complemento atribuído às pensões de 2%, o que mereceu críticas da oposição, incluindo o PSD, por se traduzir num aumento máximo de 1 euro por mês.
Na área da saúde, o PSD quer destinar 700 mil euros para o combate às listas de espera, sendo esta a mesma verba que foi inscrita para este ano com o mesmo fim, também por iniciativa dos sociais-democratas, mas que o Governo Regional assumiu recentemente não ter posto em prática por falta de meios humanos e por causa da subida dos encargos com as horas extraordinárias dos médicos.
Segundo disse hoje o deputado do PSD Luís Maurício, a proposta de Plano e Orçamento para 2014 do Governo dos Açores não tem qualquer iniciativa relacionada com a recuperação de listas de espera.
Para o PSD, “é importante que os açorianos que aguardam por uma cirurgia saibam que o seu Governo Regional tem dinheiro para resolver o problema e que só não o resolve porque não quer”.
Entre as propostas do PSD hoje apresentadas há ainda um reforço de 350 mil euros nas verbas destinadas ao apoio à chamada tripolaridade da Universidade dos Açores e de 300 mil euros para a “investigação dedicada” da academia, aquela que tem “importância acrescida” para o desenvolvimento da região.
Os sociais-democratas querem também que o orçamento dos Açores volte a indicar que não serão privatizadas empresas estratégicas como a EDA (a elétrica regional), “tal como acontecia até 2012”.
Por fim, o maior partido da oposição nos Açores propõe uma medida de “ajuda às empresas”: a aplicação do leque de deduções à coleta dos lucros reinvestidos, com o objetivo de dar mais capacidade às empresas para criarem emprego.
No conjunto, as propostas de alteração do PSD têm um impacto de quase quatro milhões de euros no orçamento dos Açores para 2014.
O PSD espera “que seja possível manter um diálogo de cooperação” e um “espírito efetivamente construtivo” em torno dos documentos orçamentais, tendo o deputado António Marinho destacado “com agrado” que há já uma “diminuição da agressividade retórica do PS e do Governo Regional” contra a oposição e os parceiros sociais.
António Marinho ressalvou também que se as propostas do PSD forem aceites, algumas opções do executivo serão melhoradas, mas “infelizmente”, os documentos não vão deixar de ser “fracos” e “pouco ambiciosos”, com “muitas rendas de obras passadas e poucos investimentos para o futuro”.

 

Lusa

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