O líder do PSD nos Açores, Duarte Freitas, anunciou hoje que vai propor ao Parlamento regional uma recomendação ao executivo açoriano contra a privatização da Eletricidade dos Açores (EDA).
“Vamos apresentar esta proposta esperando naturalmente que, estando todos os partidos de acordo que não deve ser privatizado, o Partido Socialista não quebre este acordo que existe e com isso vá privatizar um setor que todos reputamos de estratégico na região”, frisou.
Duarte Freitas falava aos jornalistas na ilha Terceira, à saída de uma reunião com a União de Sindicatos de Angra do Heroísmo, de que faz parte um sindicato ligado ao setor da energia.
O líder regional social-democrata revelou que o sindicato irá discutir em breve este assunto com os trabalhadores, que “sentem uma grande preocupação”.
Segundo Duarte Freitas, a necessidade de uma tomada de posição unânime no Parlamento dos Açores surge depois de o presidente do executivo açoriano, o socialista Vasco Cordeiro, ter admitido a hipótese de privatizar a EDA, referindo que estão a ser feitos estudos sobre a empresa numa reunião com um sindicato.
Já depois disto, o Bloco de Esquerda apresentou, em maio, na Assembleia Legislativa da Região, um voto de protesto contra a eventual privatização da EDA, mas a maioria socialista chumbou-o, alegando que se estaria a protestar contra algo que não está em cima da mesa.
O presidente do PSD nos Açores pretende, contudo, que a intenção fique registada numa proposta de resolução, “não só para vincar o consenso e a unanimidade que existe entre as forças parlamentares contra a privatização da EDA, mas também para o Governo Regional e o PS clarificarem se cumprem ou não aquilo que foi o seu compromisso de não privatizarem a EDA”.
Duarte Freitas recordou que o PS “explicitou que não iria privatizar setores estratégicos” tanto no programa eleitoral, como no programa de Governo, acrescentando que vai, por isso, pedir explicações ao executivo socialista.
“Não podemos correr riscos de que com a privatização possamos ter piores serviços e preços mais elevados”, disse, salientando que a decisão pode pôr em causa “a credibilidade do presidente do Governo”.
Para o líder regional social-democrata, a situação da EDA não pode ser comparada com a privatização da EDP.
“A EDP labora num mercado concorrencial, pode vender energia para Espanha e receber energia de elétricas espanholas, nos Açores isso não acontece e temos centros produtores repartidos por nove ilhas. É uma fragilidade completamente diferente”, salientou.
Lusa