Em declarações aos jornalistas no parlamento, o vice-presidente do PSD André Coelho Lima centrou as críticas no secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, que acusou o PSD liderado por Rui Rio de virar as costas ao fundador Sá Carneiro e de negociar o apoio do Chega a uma solução governativa nos Açores, tendo como moeda de troca a revisão da Constituição.
“Não há qualquer moeda de troca com a revisão constitucional, não há acordo nacional do Chega com o PSD”, afirmou o dirigente social-democrata, explicando que foram “transmitidos a elementos” do Chega os princípios do projeto de revisão constitucional que os sociais-democratas pretendem apresentar na atual sessão legislativa.
Coelho Lima admitiu que alguns desses princípios, já há muito defendidos pelo PSD, como a redução de deputados, possam vir a merecer o acordo do Chega, “como de outros partidos”, e recordou que uma revisão constitucional precisa de uma aprovação mais ampla (de dois terços).
“É de lamentar o tom utilizado pelo secretário-geral adjunto do PS, que é exatamente o mesmo partido que também ignorou a sua história para fazer os entendimentos que considerou necessários”, afirmou, referindo-se às legislativas de 2015 em que o PS, tendo ficado em segundo, formou Governo, com o suporte parlamentar de BE, PCP e PEV.
O vice-presidente do PSD salientou que no atual cenário parlamentar, quer nacional quer regional, “há uma pluralidade de representatividade de partidos, que muda a lógica das conversações”.
“O PS foi o primeiro a ter essa iniciativa. Ficamos muito surpreendidos que tenha a coragem, o topete, de ter declarações como teve o seu secretário-geral adjunto”, criticou.