O PSD/Açores desafiou hoje a secretária regional do Ambiente, Marta Guerreiro, a quebrar o silêncio sobre a intenção de construção de uma incineradora em São Miguel e a assumir que o governo regional “falhou no cumprimento” da sua estratégia para a gestão de resíduos.
“É vergonhosa a forma como o governo regional se tem demitido das suas responsabilidades no âmbito da gestão de resíduos, tomando opções conflituantes com os pressupostos do inscrita no Plano Estratégico de Gestão de Resíduos da Região Autónoma dos Açores (PEGRA)”, afirmou Catarina Chamacame Furtado, deputada e porta-voz do PSD/Açores para o Ambiente e Energia.
“A ‘visão do governo’ foi clara, no que diz respeito às opções tecnológicas para a ilha de São Miguel, em apontar dois condicionantes para a sua seleção, nomeadamente os recursos financeiros, por parte da Região e dos municípios, e o eventual interesse na incorporação de energia na rede pública fora das horas de vazio”, apontou a deputada social-democrata, acrescentando que no documento aprovado pelo executivo açoriano “não se determinou qualquer tendência de opção pela incineração como tecnologia de recurso”.
“O PEGRA deixou em aberto a solução a adotar para a valorização energética, caso viesse a ser opção na ilha de São Miguel, tendo deixado a recomendação clara da necessidade de estudar as diversas soluções para permitir uma decisão abalizada e sustentada do ponto de vista ambiental, económico e até social”, acrescentou Catarina Chamacame Furtado.
A parlamentar do PSD/Açores considerou, por isso, “indigno” que o governo regional “remeta todas as responsabilidades para os municípios micaelenses no que se refere à escolha da infraestruturação tecnológica da ilha de São Miguel, cujas implicações técnicas, económico-financeiras, sociais e ambientais deveriam ter sido tidas em conta”, como refere o PEGRA, documento delineado e aprovado pelo governo regional.
Face à “desresponsabilização e ao silêncio” do executivo, a porta-voz do PSD/Açores considerou exigível ao governo regional, através da secretaria regional do Ambiente, que “realize todos os estudos que considere necessários por forma a dar sustentação às escolhas e decisões que venham a ser tomadas e que admita, de uma vez por todas, que falhou no cumprimento da sua visão estratégica em matéria de gestão de resíduos”.
Açores 24Horas