O PSD/Açores exigiu hoje explicações ao Governo Regional sobre o Aquário Virtual no Monte da Guia, “o grande projeto que seria implementado na Baía de Porto Pim, na cidade da Horta e que, para além de um aquário virtual, incluía um aquário de água salgada. A primeira pedra foi lançada em julho de 2007, ou seja há quase seis anos, e a promessa foi de que a primeira fase da obra estaria concluída no verão de 2008”, disse o deputado Luís Garcia.
Num requerimento enviado à Assembleia Legislativa, o social-democrata recorda que, “aquando dessa apresentação, o anterior presidente do governo prometeu o início imediato da intervenção, orçada em 376 mil euros, que incluía a recuperação da antiga Fábrica da Baleia para instalação de um aquário virtual, onde se iriam visualizar imagens das fontes hidrotermais e do mundo dos grandes pelágicos dos Açores. Na altura ficou assente que o aquário de água salgada só iria avançar na legislatura seguinte”, frisou.
O PSD/Açores questiona a tutela sobre “o projeto a implementar no edifício onde será instalado o aquário virtual no Monte da Guia”, querendo saber “as diferenças entre o que foi projetado e prometido aos faialenses, em 2007”, uma vez que “é abundante a indefinição e são muitos os ziguezagues que continuam a envolver o investimento. Exige-se um cabal esclarecimento, onde fiquem claras as diferenças entre o que foi prometido e o que efetivamente está a ser concretizado”, afirma Luís Garcia.
O deputado refere que “a transparência exige conhecer com verdade e detalhe não só os valores já gastos na obra, como saber quando termina e quais os fins que vão ser dados às infraestruturas ali existentes”, isto “em torno de um investimento sobre o qual a então Secretária Regional do Ambiente, durante uma visita à primeira fase das obras, anunciou que seria inaugurado no verão de 2008”.
“A verdade é que, passados quase cinco anos da data apontada para essa inauguração, o aquário virtual ainda não abriu as suas portas ao público, já depois de, em maio de 2009, o então Secretário do Ambiente confirmar a recuperação do edifício, faltando conceber conteúdos e adquirir a tecnologia para o local. Sobre a qual existiam problemas de indisponibilidade para algumas soluções, que eram muito caras ou impraticáveis no espaço em causa”, lembra Luís Garcia.
“Entretanto, foi publicado o concurso público internacional para a aquisição de identidade visual e página de internet do aquário virtual, assim como para a exibição multimédia e respetiva execução, ao qual concorreram três empresas, tendo o governo decidido não adjudicar a iniciativa, alegando o inacreditável argumento de que o melhor candidato, por razões processuais e burocráticas, tinha sido eliminado do concurso”, referiu o social-democrata.
“O então Diretor Regional do Ambiente acrescentou que que as propostas apresentadas eram muito caras, ultrapassando um milhão de euros, pelo que decidiu seguir outros caminhos, alterando significativamente o projeto e os objetivos iniciais do investimento. Concluiu-se que o aquário do Porto Pim, unicamente virtual, não seria o caminho mais adequado a seguir. Seria um investimento gigantesco em tecnologia, com resultados que não eram seguros”, cita Luís Garcia, que pede todo um conjunto de explicações “para um processo com contornos desconhecidos e que custou já muito dinheiro aos açorianos”, concluiu.