“Quem vê caras… não vê doenças” uma exposição fotográfica que promove a inclusão

exposicao doenca Foto João PedroCombater o estigma do silêncio, do preconceito, mas acima de tudo vencer a fronteira da exclusão deram a José Santos o estímulo para provar que “Quem vê caras… não vê doenças”.

A ideia surgiu quando participou na iniciativa Help Portrait, promovida pela Associação de Fotógrafos Amadores dos Açores (AFAA), que proporciona a famílias sinalizadas uma sessão fotográfica, e vivenciou a magia do momento em que as pessoas fotografadas se revelaram perante a câmara desnudas da sua condição social, transformadas em autênticas Cinderelas e príncipes. “Um momento de felicidade genuína!”

“E porque não mostrar também a vida por trás da condição clínica das crianças que sofrem de doenças graves, algumas raras, muitas incuráveis, outras genéticas, mostrar o seu sorriso a sua força, a sua condição de criança”? José Santos não se ficou pela pergunta e reuniu as condições necessárias para realizar este projecto, que desde cedo se adivinhava um desafio que colocaria as emoções à flor da pele.

Com o apoio de Verónica Leite, mãe de Sara, uma das meninas fotografadas e a quem cedo foi diagnosticada uma doença ontológica, foi feito o contacto com outros pais e o resultado foi um leque de 13 meninos e meninas que prontamente enfrentaram as câmaras fotográficas e sem medo revelaram os seus sonhos através dos seus olhos carregados de esperança.

fotoDurante o processo de contactos Verónica “ouviu muitos nãos, de pais que preferem não expor os filhos e a doença”, o que respeita, mas vê nesta uma oportunidade para que se fale sobre estas doenças, e que se olhe para os seus portadores, neste caso crianças, sem tabus. “Ninguém tem culpa de desenvolver um cancro ou de nascer com trissomia 21, a doença pode aparecer em qualquer altura e a qualquer pessoa”, diz a mãe de Sara, que referiu dificuldades de inclusão de muitas destas crianças na sociedade em geral, alertando também para a dificuldade de integração destas crianças no contexto escolar em alguns casos. “Felizmente não aconteceu com a Sara”, mas “não basta deixa-los numa sala de aula com os outros meninos, é necessário haver outro tipo de acompanhamento, pois exigem alguns cuidados”. Por isso, e também para que outras oportunidades sejam dadas a estas crianças, enaltece a iniciativa.

Como disse o poeta, “sempre que o Homem sonha, o Mundo pula e avança” e “Quem vê caras… não vê doenças” retrata essa realidade através de sonhos e de esperança. A esperança da cura, da inclusão social e do direito a uma infância feliz e igual em direitos.

O resultado, que contou com a colaboração de outros 6 fotógrafos, foi apresentado ao público propositadamente esta quinta-feira, Dia Mundial da Criança e pode ser visitado até ao próximo dia 10 de Junho, no Solmar Avenida Centre.

José Santos, que já fala numa nova edição, revelou entretanto a itinerância desta exposição solidária, que já tem presença confirmada em outros locais, nomeadamente no Centro de Saúde de Ponta Delgada, no Hospital Divino Espírito Santo e na ilha de Santa Maria, entre outros. No final da ronda de exposições as fotos serão oferecidas ás crianças fotografadas.

“Quem vê caras… não vê doenças” contou com a participação da Câmara Municipal de Ponta Delgada e com o apoio da Associação de Fotógrafos Amadores dos Açores.

 

 

Açores 24Horas /SM / Fotos: José Pedro Medeiros

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