Questões burocráticas adiam chegada de 20 refugiados sírios a Penela

A chegada de 20 refugiados sírios a Penela, distrito de Coimbra, prevista para sexta-feira, vai ser adiada devido a questões burocráticas, disse à agência Lusa fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

“Estamos em articulação com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e sabemos que estão ainda a ser resolvidas questões burocráticas com as autoridades do Egito, onde se encontram” há vários meses, explicou fonte do gabinete de comunicação.

Para já, adiantou, não existe data prevista para a vinda dos refugiados, que vão ser instalados no município de Penela, no âmbito de um projeto de acolhimento que envolve a autarquia local, a Fundação ADFP – Assistência para o Desenvolvimento e Formação Profissional, de Miranda do Corvo, e o SEF.

Os refugiados, de nacionalidade síria, que constituem quatro famílias, vão ser alojados em seis apartamentos novos de tipologia T3 e T4, devidamente equipados, propriedade do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, mas atualmente geridos pela Câmara de Penela.

“A renda das frações onde as pessoas vão ser instaladas, bem como o investimento no mobiliário, é assegurada pela Fundação ADFP, instituição que está a trabalhar connosco, no âmbito da candidatura apresentada, que é suportada maioritariamente por fundos comunitários”, explicou à agência Lusa o presidente do município, Luís Matias (PSD).

O autarca considerou pioneiro o projeto de acolher refugiados num território de pequena dimensão (seis mil habitantes), salientando que “os valores humanitários da solidariedade e fraternidade se sobrepõem claramente a qualquer pensamento mais xenófobo, racista ou até misantrópico”.

Segundo Luís Matias, “a grande maioria da população manifesta-se de forma muito positiva quanto a este gesto de solidariedade de um município pequeno como Penela, que deverá servir de exemplo a outros”.

O presidente da Fundação ADFP de Miranda do Corvo, responsável pelo projeto, iniciado no primeiro trimestre de 2014, salientou à agência Lusa que este é um contributo para responder às necessidades dos refugiados, que chegam com documentação legal para circular no espaço europeu.

“Vamos receber famílias e casais, com formação académica, que vêm com crianças, algumas bebés. A ideia é trazê-los e permitir que aprendam a língua, os nossos hábitos, se integrem e sejam incluídos na nossa vivência”, frisou Jaime Ramos.

O dirigente, antigo governador civil de Coimbra, adiantou que, ao fim de 10 meses, período de acolhimento, os refugiados devem estar preparados para ter a sua própria atividade profissional para serem independentes e autónomos.

 

 

Lusa

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here