Com 236.657 residentes e 229.044 eleitores, os Açores têm 15 partidos ou coligações a disputar cinco lugares na Assembleia da República, habitualmente ocupados por PS e PSD.
Nas duas últimas eleições para o parlamento nacional, o PS elegeu três e o PSD dois deputados pelos Açores, mas nas legislativas antecipadas de dia 30 os social-democratas da região concorrem em coligação com o CDS-PP e o PPM, partidos que suportam o Governo Regional, numa reedição da AD – Aliança Democrática de 1979.
O PS/Açores apresenta como número um da lista Francisco César, deputado no parlamento regional e filho do histórico dirigente socialista Carlos César, e há mais 13 candidaturas pelo círculo eleitoral dos Açores: BE, PAN, IL, CDU, Ergue-te, RIR, MAS, MPT, Livre, ADN, Volt, Chega, PCTP/MRPP, de acordo com a lista de candidaturas afixada no Tribunal de Ponta Delgada e consultada pela Lusa.
Se o cabeça-de-lista do PS é uma estreia na candidatura às legislativas, o da AD é Paulo Moniz, eleito pelo PSD pelo círculo dos Açores para a Assembleia da República em 2019.
Desde 1999 que o PS tem saído maioritariamente vencedor no círculo eleitoral açoriano para as eleições nacionais, com a exceção das legislativas de 2002 e de 2011, quando o PSD conquistou três deputados.
Nas duas últimas legislativas, o BE conseguiu nos Açores superar os resultados do CDS-PP, até então o terceiro partido mais votado na região, de acordo com os dados do Ministério da Administração Interna consultados pela Lusa.
Em 2019, o PAN, que nas legislativas regionais de 2020 elegeu um deputado para o parlamento açoriano, teve 2,65% dos votos pelo círculo eleitoral dos Açores, ultrapassando a CDU (coligação PCP-PEV, com 2,45% da votação).
Às legislativas deste ano, o BE apresenta como número um da lista açoriana Jéssica Pacheco, enfermeira de 30 anos, o PAN candidata Ana Maria Teixeira, auxiliar de medicina veterinária de 26 anos, e a CDU Judite Barros, de 52 anos.
A Iniciativa Liberal (IL), que também elegeu um deputado para o parlamento regional e nas legislativas de 2019 teve 0,68% dos votos nos Açores, escolheu como cabeça-de-lista o jornalista Pedro Ferreira, de 38 anos.
O Chega, que tem um deputado no parlamento dos Açores (elegeu dois, mas um passou a independente devido a divergências com a direção nacional), apresenta-o como número um da lista para as legislativas pelo círculo eleitoral açoriano: trata-se de José Pacheco, tem 50 anos.
Em 2019, o Chega teve, nos Açores, 0,85% dos votos dos açorianos nas eleições para a Assembleia da República.
Para as legislativas de 2022, três dos cabeças-de-lista pelo círculo eleitoral dos Açores não são naturais nem residentes no arquipélago, de acordo com as listas consultadas pela Lusa.
Em causa está o número um da lista do Ergue-te, um técnico de gás de 52 anos morador em Lisboa; o do MTP – Partido da Terra, um técnico superior de Psicologia de Leiria, com 45 anos; e o do ADN – Alternativa Democrática Nacional, um operador de valores de 39 anos de Lisboa.
Encabeçam ainda as listas do círculo eleitoral dos Açores uma professora, pelo RIR – Reagir, Incluir, Reciclar; um vendedor de 62 anos, pelo MAS – Movimento Alternativa Socialista; um professor universitário de 59 anos pelo Livre, um engenheiro e arquiteto de 52 anos pelo Volt e um pescador de 58 anos pelo PCTP/MRPP – Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses.
De acordo com os Censos 2021, os Açores registaram uma quebra de população residente de 4,1% desde 2011, com o concelho da Madalena, na ilha do Pico, a ser o único a registar crescimento (4,7%).
O arquipélago tinha 246.772 habitantes em 2011 e perdeu 10.115 no espaço de 10 anos, o equivalente a 4,1%, tendo agora 236.657 residentes e tornando-se na quarta do país a perder mais população.
Entre 2001 e 2011, os Açores tinham registado um crescimento de população residente de 1,79%, ainda que esse aumento se tenha verificado apenas em sete dos 19 concelhos do arquipélago.
Lusa