O Comité Científico da Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico (ICCAT) propôs um corte no Total Admissível de Captura (TAC) do Atum Patudo de todos os países membros do Comité Científico da Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico (ICCAT), na ordem dos 25%.
A medida, justificada pela “diminuição na abundância desta espécie”, provocada, segundo o relatório, “especialmente pela elevada mortalidade de juvenis”, foi dada a conhecer pelo Diretor Regional das Pescas, em Malta, no final da reunião anual da ICCAT, onde foram adotadas algumas medidas importantes para o futuro da gestão das pescarias de tunídeos no Atlântico e no Mediterrâneo.
Luís Costa garante que “apesar da delegação portuguesa ter defendido a fixação de um TAC na ordem das 70 mil toneladas, a vontade da Comissão Europeia foi a de manter a proposta de 65 mil toneladas”.
“A Comissão Europeia foi alertada para a especificidade da pescaria do atum no Mar dos Açores” e para a “enorme dependência” das comunidades piscatórias açorianas “para este tipo de pescaria e para o seu caráter artesanal”, mas a “a maior parte dos países da União Europeia e a Comissão Europeia não demonstraram flexibilidade para discriminar positivamente os Açores e a Madeira, com vista a atenuar os efeitos deste corte de quota”, acrescentou o Diretor Regional.
Nesta reunião foi ainda decidido que o Atum Bonito (Katsuwonus pelamis) vai manter-se nos Açores sem um TAC, o que “evita restrições desnecessárias aos armadores” açorianos.
No que se refere ao Atum Rabilho (Thunnus thynnus), Luís Costa salientou que “a situação desta espécie tinha sido avaliada no ano passado e as regras em vigor mantêm-se”, ou seja, existe uma quota conjunta com a Região Autónoma da Madeira, podendo as duas regiões autónomas capturar acessoriamente até 20 toneladas.
O Diretor Regional frisou que a pescaria de tunídeos nos Açores é feita de “forma responsável, ambientalmente sustentável” e devidamente reconhecida e certificada com os selos de ‘Friend of the Sea’ e ‘Dolphin Safe’, com a arte de salto e vara.
Para além do Diretor Regional das Pescas, participaram também nesta reunião, integrados na delegação portuguesa, o investigador do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, João Gil, e o Presidente da Federação das Pescas dos Açores, Gualberto Rita.