Os pescadores impediram a lota de deitar o peixe fora, e exigem o esclarecimento do preço de retirada prometido pelo governo.
Quando não fosse vendido em lota, seria pago a um euro, e entregue a instituições de solidariedade social.
“Ainda esta noite andámos no mar e logo de manhã recebi um telefonema de um funcionário da lota de Rabo de Peixe a dizer que o meu peixe não tinha sido vendido e ia para o lixo. Vim a correr para cima com toda a força para isso não acontecer, o peixe fica no frio, no gelo, e é o primeiro a ser vendido amanhã. Para o lixo é que não, isso não pode ser!!!“
A noite passada 10 embarcações apanharam cerca de quatro toneladas de peixe, 400 caixas que esta manhã não encontraram comprador.
“O secretário sabia que havia catorze barcos e que isso estava difícil, e de repente, nem sei como nem como não, aparecem mais cinco embarcações. Se já não havia compradores para o peixe de catorze embarcações, como é que isso vai dar para dezanove?“
O preço de retirada do chicharro devia ter entrado em vigor em Janeiro.
Mas isso ainda não aconteceu, alegadamente porque a Cooperativa Porto de Abrigo não tem fundos para financiar essa retirada.
“É o que nos dizem. No ano passado isso foi combinado, e o preço de retirada era para entrar em Janeiro. Não entrou, e agora andam as negociações para ver se o governo ajuda a Cooperativa para a Cooperativa poder pagar a retirada do chicharro. Mas já se passou, e continua a ir peixe para o lixo muitas vezes, e não há maneira de isso se resolver, a gente o que sabe é que ninguêm olha para nós e nós não recebemos nada.“
O rendimento médio de um companheiro, um pescador embarcado num barco de chicharro, o ano passado, no primeiro semestre, andou nos 70 ou 80 euros por semana.
Actualmente a média anda nos 15 euros, e há semanas em que não ganham nada.