O rapto, em Maputo, a 08 de fevereiro, de uma mulher ismaelita, detentora de passaporte português, está a gerar críticas à Embaixada de Portugal, por “indiferença”, mas a missão diplomática afirma estar a seguir “atentamente” o caso.
Gulbanoo Rawjee, 75 anos, foi raptada ao princípio da noite de 08 de fevereiro numa das principais avenidas da capital moçambicana.
Desde então, refere o semanário Canal de Moçambique, a família já terá pago 60 milhões de meticais (cerca de 1,67 milhões de euros) sem que a mulher tivesse sido libertada.
A raptada está ligada por laços familiares a proprietários das poderosas empresas moçambicanas Delta Trading, Africom e Sasseka, que integram a influente comunidade ismaelita, liderada por Aga Khan.
Elementos desta comunidade manifestaram a sua preocupação ao Governo de Maputo e, na terça-feira, o Procurador-Geral da República emitiu um comunicado a garantir que está atento à onda de raptos na capital moçambicana, que já atingiu 13 pessoas.
Entretanto, num e-mail enviado à Lusa, é criticada a embaixada portuguesa por ainda não se ter pronunciado sobre o rapto de Rawjee e apela-se à comunidade que envie mensagens telefónicas de protesto ao embaixador, Mário Godinho de Matos.
“Exigimos uma diplomacia para todos, sem discriminações, pois todos contribuímos com os nossos impostos para que nos sirvam”, refere a mensagem, reafirmada em declarações à Lusa pela sua subscritora, Catarina Fortuna, funcionária de uma das empresas associadas à mulher sequestrada.
Numa declaração que fez chegar à Lusa, o embaixador português admitiu ter já recebido alguns SMS de protesto mas disse estar a seguir o caso “atentamente”.
Godinho de Matos fez notar que Gulbanoo Rawjee é portadora de passaportes moçambicano, sul-africano, canadiano e português.
Lusa