O Rastreio Organizado do Cancro do Colo e Reto dos Açores (ROCCRA), iniciado em 2014, pelo de Oncologia dos Açores (COA) como projeto piloto, na ilha do Faial, já permitiu rastrear cerca de 10.700 Açorianos. Depois de se ter estendido às ilhas do Pico, Flores, Corvo, Santa Maria e São Miguel, o rastreio do cancro do colo e reto terá início ainda este ano nas restantes ilhas, isto é, na Terceira, São Jorge e Graciosa alcançando assim a todas as ilhas dos Açores.
A informação foi adiantada pelo Secretário Regional da Saúde afirmou hoje, em Angra do Heroísmo, na abertura da reunião regional da Sociedade Portuguesa de Coloproctologia, onde Luís Cabral destacou a importância dos rastreios organizados para uma deteção atempada da doença.
Nas ilhas em que o rastreio está na fase final da primeira volta, a taxa de participação foi de 46,7% no Faial, 48% no Pico, 21% nas Flores, 17% no Corvo, 40% em Santa Maria e 44% nos concelhos de Nordeste e Povoação, na ilha de São Miguel.
Segundo os dados do COA até 30 de setembro, foram inscritos para a primeira volta do ROCCRA cerca de 69.700 utentes, dos quais mais de 24.600 foram convidados a fazer o rastreio, que foi consentido por cerca de 10.700 utentes, o que representa uma percentagem de 43,4%.
“Foram processadas 8.782 pesquisas de sangue oculto nas fezes (PSOF), o que corresponde a uma taxa de 35,6, de onde 93,2% correspondem a um resultado negativo e 6,8% a um resultado positivo, sendo que 157 casos (1,8%) foram inconclusivos”, adiantou o titular da pasta da Saúde.
Os dados disponibilizados indicam ainda que, através dos rastreios, foram detetados 28 cancros, o que representa 3,19% dos utentes rastreados, tendo sido realizadas até à data 434 colonoscopias.
Na sua intervenção, Luís Cabral defendeu que “é melhor prevenir do que remediar”, salientando a aposta no “reforço das competências dos cuidados de saúde primários e na implementação de programas de rastreio”.