Em sentido contrário, ilhas como S. Jorge, Graciosa, Flores e Corvo registaram perdas da população da ordem dos 50 por cento e, segundo esta especialista, estão particularmente vulneráveis a um eventual retorno da emigração.
Gilberta Rocha, que falava num painel dedicado à mobilidade humana em contextos insulares, sublinhou que as ilhas, “por serem regiões normalmente mais débeis”, confrontam-se com fenómenos de emigração “mais intensos”.
“Nós precisamos de gente jovem em termos de renovação das gerações e de pessoas qualificadas para o desenvolvimento económico e social e podemos assistir a uma situação gravosa” se esses activos deixarem as ilhas, frisou.
No mesmo debate, Elizabeth Thomas-Hope, investigadora da Universidade de West Indies, na Jamaica, alertou para as consequências dos problemas ambientais e das alterações climáticas nas ilhas das Caraíbas, considerando que são fenómenos que restringem a “liberdade de não ter de emigrar”.
Devido a dificuldades criadas às suas condições de vida por mudanças associadas ao aquecimento global, esta especialista admitiu que “milhares de pessoas poderão de ter de abandonar” as Caraíbas, sendo “prejudicadas na liberdade de ficar em casa”.
No debate esteve também em destaque a especial ligação das ilhas aos fenómenos migratórios, considerando os conferencistas que as regiões insulares tanto podem funcionar como regiões de acolhimento de diáporas, de escala de emigrantes com outros destinos ou de emigração.