A recuperação económica na Europa vai ser “lenta e frágil”, prevê o Fundo Monetário Internacional, no relatório que analisa a evolução das principais economias europeias.
No Outlook sobre a Europa, o FMI afirma que “é provável que a retoma seja lenta e frágil”, apontando como principais razões a quebra na procura mundial, que originou um desequilíbrio nas exportações, um dos principais motores que alimentou o crescimento destes países.
Para além disso, os peritos do FMI apontam também o “crescente desemprego e a escassez de crédito” concedido pelas instituições bancárias como razões para considerarem que a retoma será vagarosa.
Menos de uma semana depois de ter divulgado a previsão para a economia mundial, o FMI analisa mais de perto a Europa, considerando que o Velho Continente vai ficar em recessão este ano, com uma quebra de 4,7 por cento do Produto Interno Bruto, mas recuperando em 2010, ano em que deverá crescer 0,8 por cento.
Para Portugal, o FMI mantém a previsão conhecida na semana passada, e que mostrava uma situação mais favorável face aos dados de Abril. Agora, o FMI prevê uma contracção de 3 por cento e um crescimento de 0,4 por cento do PIB real no próximo ano.
O maior tombo acontece na Ucrânia, cuja economia deverá recuar 18,5 por cento este ano e 4 no ano seguinte. No outro extremo está a Albânia, o único país cuja economia deverá crescer este ano (0,7 por cento) e no próximo (2,2 por cento).
A Espanha, a Irlanda, o Luxemburgo, a Bulgária e a Estónia são alguns dos países que, para além de estarem em recessão este ano, não vão conseguir recuperar em 2010, ano em que deverão também registar crescimentos negativos na economia.
Para os economistas do FMI, a letra ‘U’ é a que melhor descreve a curva que representa a evolução da economia. “As dificuldades do sector financeiro, o investimento fraco e as longas séries de desemprego vão provavelmente atrasar o crescimento potencial da Europa durante os próximos anos, mas o alcance destes factores é incerto”, sublinham os peritos da instituição liderada por Dominique Strauss-Kahn.
Para além destes factores que abrandam o crescimento económico, o FMI sublinha também que “a incerteza sobre a extensão da queda da economia pode levar a erros de políticas”. Tal como tem sido dito nos últimos relatórios, também neste o FMI sublinha que, “para manter estanques as perspectivas sobre a [subida da] inflação, os decisores da política monetária devem comunicar claramente a sua posição sobre o crescimento económico” e sobre o que estão a fazer mediante os indicadores económicos que vão sendo divulgados.
Já sobre as políticas orçamentais dos vários países europeus, o relatório afirma que, “por causa dos altos custos orçamentais da crise, a política orçamental só deve errar por excesso de cautela e avançar para a consolidação assim que a retoma da economia ganhar fôlego”.
lusa