Região dos Açores não está livre de ter novos casos

Foto de Arquivo A24
O responsável máximo da Autoridade de Saúde Regional dos Açores alertou hoje que a região não está livre de ter novos casos da covid-19, apesar de não ter neste momento casos ativos.

“Não estamos efetivamente livres de ter um caso importado neste momento na região, sendo que efetivamente dentro do que temos tido em termos de capacidade de testagem e dos resultados obtidos nada aponta para que exista um caso a despontar a nível local”, apontou.

Tiago Lopes, que é também diretor regional da Saúde dos Açores, falava, em Angra do Heroísmo, numa última conferência de imprensa de balanço da evolução do surto da covid-19 na região, passadas 12 semanas do primeiro caso registado na região.

Desde o início do surto, foram contabilizados 146 casos de infeção pelo novo coronavírus em seis ilhas do arquipélago, 130 dos quais já se encontram recuperados, tendo-se registado ainda 16 óbitos.

Os Açores não registam novos casos de infeção desde o dia 18 de maio e hoje foi dada como curada a última doente com covid-19.

Ainda assim, Tiago Lopes salientou que a população não se deverá “deixar levar demasiado pela expectativa de que estará tudo ultrapassado, porque efetivamente não está”.

“Atendendo à nossa vontade de retomar progressivamente a atividade socioeconómica e a abrir mais a região para o exterior, efetivamente temos de fazê-lo com a devida parcimónia e tendo em consideração aquilo que é a situação epidemiológica fora da região, de forma a que possamos manter o sustento de toda a população e as devidas condições de segurança no que diz respeito à saúde pública”, afirmou.

O responsável lembrou que a situação epidemiológica em Lisboa, de onde chegam voos a duas ilhas do arquipélago, ainda não está controlada, alegando que o desafio das autoridades de saúde regionais está na monitorização e na vigilância epidemiológica.

“As medidas que temos implementado, sobretudo para quem desembarca na região, (…) é precisamente para termos essa capacidade de monitorização e vigilância, um pouco mais aliviada do que era anteriormente, derivado à evolução do surto, tanto a nível regional, como a nível do território continental, mas que temos ainda de manter porque infelizmente o território continental não pode dizer, como a Região Autónoma dos Açores, que está livre de casos positivos ativos de covid-19”, salientou.

Tiago Lopes admitiu que as medidas de contenção ainda em vigor possam causar algum descontentamento entre a população, mas sublinhou que vai continuar a haver “algum zelo”.

“Agora com zero casos positivos ativos as pessoas vão-se perguntar de certeza absoluta o porquê de não funcionarmos, não trabalharmos, não articularmos normalmente como dantes, mas tem a ver, precisamente, com o contexto epidemiológico fora da região e com a possível chegada de pessoas de fora da região, que possam ser portadoras do novo coronavírus”, justificou.

Quanto a recomendações para prevenção de novas infeções, o responsável da Autoridade de Saúde Regional repetiu as mesmas que tem vindo a fazer desde o início do surto e lembrou que poderão ter de persistir durante “os próximos meses”.

“Aquelas medidas que são as mais básicas e as que parecem ser as menos eficazes são as mais eficazes: o distanciamento físico, a etiqueta respiratória, a lavagem frequente das mãos, a utilização de máscara de uso social nos contextos em que exista maiores aglomerados ou em ambientes mais fechados com maior número de pessoas”, frisou.

Desde o início do surto, os dois laboratórios de referência dos Açores fizeram cerca de 25 mil testes à covid-19.

Nas últimas 24 horas foram registados apenas cinco casos suspeitos (quatro na ilhas de São Miguel e um na ilha Terceira) estando a aguardar colheita de amostra ou resultado laboratorial outras 673 pessoas, no âmbito de rastreios.

 

Lusa

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