Por outro lado, acrescenta que “as manetes não foram trazidas para a posição IDLE antes do ‘touchdown’”, o que fez o aparelho ressaltar na pista, até uma altura de 12 pés, voltando a bater no solo, numa situação “mais agravada, de ‘severe hard landing’”.
O incidente ocorreu a 4 de Agosto de 2009, envolvendo o A320 da SATA baptizado com o nome ‘Diáspora’, que transportava 166 passageiros, não tendo provocado nenhum ferido.
Para a comissão de inquérito, o procedimento correcto da tripulação nestas circunstâncias seria iniciar o ‘go-around’, ou seja, abortar a aterragem e tentar uma nova aproximação à pista, em vez de ter insistido em “continuar a aterragem”.
De acordo com as conclusões do relatório, as forças verticais sofridas na aterragem “ultrapassaram aquelas para as quais a aeronave foi desenhada” e resultaram “nalguns danos visíveis no avião”, nomeadamente em “alguns rebites de fixação” das asas que “saltaram” e nos pneus do trem principal, que “evidenciavam sinais de terem sido sujeitos a esforços consideráveis”.
Apesar desta aterragem com forte impacto no solo, designada como ‘hard landing’, na placa de estacionamento, os pilotos e o técnico de manutenção de serviço “não se aperceberam de qualquer irregularidade”, permitindo que o avião regressasse a Lisboa e só parasse para nova inspecção dois dias depois.
Por essa razão, os pilotos “não registaram na caderneta técnica a suspeita de aterragem dura” e o acidente, ocorrido a 4 de agosto, só foi reportado pelo piloto no dia 17 desse mês.
O relatório refere que “ambos os pilotos estavam qualificados para o voo” e que “o fator meteorológico não foi considerado contributivo para o acidente”.
Contactado pela Lusa, o porta-voz da SATA alegou não ter conhecimento do relatório e remeteu para mais tarde eventuais comentários sobre o seu teor.