Renúncia quaresmal dos Açores apoia projetos em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde

Os donativos provenientes da renúncia da Quaresma na diocese de Angra, nos Açores, vão reverter para dois projetos sociais em São Tomé e Príncipe e em Cabo Verde, foi hoje anunciado.
“Este ano podemos concretizar a partilha apoiando, com o fruto das nossas poupança ou renúncia quaresmal, dois projetos”, afirmou o bispo de Angra na sua mensagem para a Quaresma.
Segundo Armando Esteves Domingues, a renúncia quaresmal irá apoiar o Projeto de Desenvolvimento Integral de Lembá – PDIL, na cidade das Neves, em São Tomé e Princípe, onde trabalha, há quase 25 anos a missionária Lúcia Cândido, das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, também presentes na diocese de Angra.
“O projeto é desenvolvido pela Associação Abraçar São Tomé e Príncipe, o Centro Social Mãe Clara, que dá mais de 2.000 refeições a crianças e idosos; a Escola Nossa Senhora das Neves para mais de 800 crianças; o Centro Despertar, para mais de 200 crianças, e a Sala de Informática da Escola Nossa Senhora das Neves”, explicou.
O segundo projeto apoiado pela renúncia quaresmal da diocese açoriana será o “Mison Corason 997”, desenvolvido pelo Centro Educativo do Sagrado Coração de Jesus, na cidade da Praia, em Cabo Verde, que “vários açorianos já apoiam”, referiu o bispo.
“Para além de muitas outras necessidades, a Cáritas Diocesana de Santiago-Praia manifestou a necessidade de se construir um depósito de água potável na escola primária de Pingo de Chuva, cujo projeto ronda os 8.000 euros. Vamos tentar pagá-lo na íntegra. Basta que todos encaminhem as suas renúncias”, escreveu Armando Esteves Domingues na mensagem publicada hoje na página da diocese de Angra na Internet.
O prelado diocesano também convida “todos a voltar à Eucaristia nesta Quaresma”.
“Atrevo-me a entrar em vossas casas, para abanar a consciência dos pais de família para a importância de serem naturais educadores e transmissores da fé e para fazerem um programa conjunto de caminho espiritual nesta Quaresma. O que for possível, mesmo se pouco, poderia ajudar a todos”, afirma.
Segundo Armando Esteves Domingues, “muitos ainda continuam em tempo de pandemia, confinados às paredes das suas casas, sem fazer comunidade”.
“A fé não enraíza nem produz frutos de caridade sem espiritualidade, sem uma vida espiritual comunitária”, afirma o bispo, para quem, a Missa Dominical, “pode ser o grande barómetro da Quaresma”.
Os católicos iniciam a Quaresma na Quarta-Feira de Cinzas, que é o período de 40 dias que antecede a Páscoa, principal festa dos cristãos, marcado por períodos de jejum e partilha, como a renúncia quaresmal, cujo produto é destinado a obras e causas sociais.

 

 

Lusa

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