O Representante da República para a Região Autónoma Açores, Pedro Catarino, apelou hoje ao espírito de diálogo e de concertação entre os órgãos de governo da República e da região.
“É este o espírito que integra o nosso modelo constitucional que atribui às regiões autónomas, para além de poderes de condição dos assuntos respeitantes à sua próprias governação, largos poderes de participação na definição das políticas nacionais que relevam dos seus interesses”, frisou, na cerimónia comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Angra do Heroísmo.
Pedro Catarino defendeu também um “sistema de consultas contínuas, efetivas e transversais”, entre os órgãos de governo da República e da região, salientando que os tempos de hoje não são fáceis. “O respeito mútuo, a correção e a cordialidade na convivência política só podem contribuir para uma melhor qualidade de vida, um maior grau de desenvolvimento humano, uma maior coesão social e um melhor funcionamento da democracia”, reforçou.
O Representante da República para a Região Autónoma dos Açores realçou a cultura como um fator de crescimento económico e um “elemento fundamental para a superação da crise profunda que o país como um todo atravessa”. “Permitam-me que aproveite esta circunstância feliz para sublinhar a relevância decisiva da cultura, simultaneamente, como fator de identidade pessoal e comunitária, de inclusão e agregação sociais e, em última análise, de desenvolvimento económico equilibrado e sustentável”, frisou.
Pedro Catarino alertou para a tentação de “gerir pragmaticamente os recursos escassos”, em momentos de maiores dificuldades económicas, numa “perspetiva utilitarista”, procurando obter “resultados mais imediatos e palpáveis”. “A cultura e os bens culturais – em todas as suas manifestações desde a cultura popular à chamada cultura erudita, passando pelas artes e pelas ciências – são então colocados num segundo plano, como algo que pode esperar por melhores dias. No primeiro plano ficam, pois, as questões da produtividade, da competitividade, do empreendedorismo, da inovação, etc.”, salientou, considerando que a cultura “garante uma parte significativa das forças necessárias ao desejado progresso económico e social”.
O Representante da República para a Região Autónoma dos Açores condecorou, este ano, a Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a Santa Casa da Misericórdia da Madalena do Pico e as professoras Maria Evelina Rosa e Maria Alice Silveira.
Lusa