O Deputado do CDS-PP Açores Paulo Rosa denunciou, esta segunda-feira, mais um dos muitos problemas ambientais graves com que se depara a ilha das Flores, recentemente classificada como Reserva da Biosfera pela UNESCO.
Em requerimento entregue no Parlamento Açoriano, o Deputado centrista, denuncia as constantes e sucessivas descargas poluentes industriais para o leito da Ribeira dos Barqueiros, no Concelho de Santa Cruz.
“A preservação do nosso ambiente é prioridade assumida pelo Governo Regional e é, reconhecidamente, um garante da sustentabilidade da nossa Região. A Ilha das Flores goza agora do estatuto de Reserva da Biosfera, galardão atribuído pela UNESCO e esse estatuto deve servir de incentivo e reforço de opções ambientais sustentáveis e adequadas”, lembra Rosa.
Isto para descrever, em pormenor, o atentado ambiental que se verifica: “a Ribeira dos Barqueiros, em Santa Cruz das Flores, está, de algum tempo a esta parte, a servir de veículo de escoamento de resíduos industriais, concretamente os provenientes da unidade da Cooperativa de Lacticínios e do Matadouro Industrial da ilha mais Ocidental da nossa Região”.
Esse facto, prossegue o parlamentar popular, “repercute a nível visual, conferindo uma desoladora coloração esbranquiçada à água e à espuma que sobre ela flutua; as repercussões a nível olfactivo são também evidentes e objecto de inúmeras queixas, nomeadamente dos que residem ao longo do curso desta ribeira; também a fauna outrora existente nesta ribeira e suas margens, nomeadamente trutas, rãs e patos, é agora apenas uma recordação do passado”, lamenta.
Paulo Rosa salienta que “os focos poluidores estão identificados e que este cenário não se compagina com a opção estratégica de preservação ambiental advogada por todos os agentes políticos e, em concreto, pelo Governo Regional”.
Por isso, o Deputado do CDS-PP eleito pela ilha mais Ocidental do Arquipélago lança várias questões ao executivo, com o intuito de ver esclarecida a postura governamental sobre esta matéria.
“Tem o Governo Regional conhecimento da gravidade da situação em que se encontra a Ribeira dos Barqueiros? Tem o Governo algum plano de intervenção para esta ribeira, visando recuperá-la para padrões ambientais condignos? Tenciona o Governo efectuar um levantamento no terreno de forma a definir a estratégia mais adequada para atingir o objectivo referido na questão anterior? A intervenção recentemente anunciada para o Matadouro Industrial da Ilha das Flores, nomeadamente no tocante à sala de desmancha e valências complementares, obstará a que esta unidade efectue descargas na ribeira? Relativamente à Cooperativa de Lacticínios, quais os procedimentos técnicos que o Governo Regional considera adequados para que as referidas descargas deixem de ocorrer?”, são perguntas colocadas.
Por fim, Paulo Rosa pergunta: “Quando tenciona o Governo Regional agir no sentido de inverter o rumo de degradação ambiental em que se encontra a Ribeira dos Barqueiros, com prejuízo para os residentes nas áreas contíguas e para a ilha das Flores?”
