Robô submarino retoma missão para candidatura à extensão da ZEE

A ministra do Mar e Ambiente presidiu hoje ao teste do robô submarino ROV Luso que parte para os Açores na sexta-feira para enriquecer a candidatura de Portugal, junto das Nações Unidas, ao alargamento da plataforma continental.

A bordo do navio Almirante Gago Coutinho, ao largo de Sesimbra, Assunção Cristas, que tutela a pasta da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território observou imagens do fundo do mar captadas pelo ROV (‘Remote Operated Vehicle’) Luso, um robô submarino que se prepara dar recolher novos dados um importante contributo à intenção de Portugal de alargar a área marítima sob jurisdição nacional.

De calças de ganga e boné na cabeça, Assunção Cristas apresentou-se num estilo informal para sublinhar a importância do retorno desta missão, que ocorre dois anos depois da última.

«Significa termos um mar maior e, como tal, uma soberania mais alargada e a possibilidade de depois explorarmos, de uma forma sustentada e economicamente interessante, aquilo que é o nosso mar, ou seja, primeiro precisamos de o estender, conhecer melhor e só depois começar a explorá-lo», esclareceu.

Em 2009, Portugal formalizou junto Comissão de Limites de Plataformas Continentais (CLPC) das Nações Unidas (ONU) a proposta para alargamento da área marítima sob jurisdição nacional, através da extensão da plataforma continental das 200 milhas, cerca de 321 quilómetros (correspondente aos limites da actual Zona Económica Exclusiva) para 350 milhas ou 563 quilómetros (alargando a jurisdição nacional dos 1,8 para 3,6 milhões de quilómetros quadrados).

«Quando todo este processo tiver terminado, a nossa expectativa é que possamos ter, na área do mar, 41 vezes mais do que a área que temos em terra emergente», acrescentou a ministra, sublinhando que, com o retorno da missão, «há mais hipóteses de Portugal ter um bom desfecho» na sua candidatura.

Assunção Cristas fez-se acompanhar pelo secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, que esclareceu que o submarino ROV Luso custou cerca de 700 mil euros, um valor «bastante económico».

O ROV Luso, parado há dois anos, voltou hoje às profundezas do mar e na sexta-feira parte para os Açores, onde vai cumprir, durante 48 dias, a sua missão: recolher amostras geológicas e novos dados para melhor sustentar a candidatura de Portugal para a extensão da plataforma continental, explicou o chefe coordenador da missão, Pedro Madureira.

 

Lusa

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