O Secretário Regional Adjunto da Presidência para as Relações Externas defendeu hoje, em Ponta Delgada, a “pertinência” da afirmação pelos Açores de uma estratégia para o período pós 2020.
“Quanto mais força tivermos nessa afirmação, melhor seremos ouvidos e melhor será desenhado o pós 2020”, frisou Rui Bettencourt, que falava na sessão ‘A Política de Coesão e o seu impacto a nível regional’, no âmbito do processo de envolvimento da sociedade açoriana na definição desta política europeia pós 2020.
Nesse sentido, defendeu a necessidade de uma “estratégia clara”, enriquecida com o contributo de todos, concertada e construída coletivamente, o que, segundo Rui Bettencourt, poderá contribuir para convencer os parceiros europeus de que “uma política de coesão para o pós 2020 nos Açores é fundamental”.
O Secretário Regional considerou ainda que a realização desta sessão é “emblemática” por acontecer três anos antes de ter início o próximo período de programação financeira, num processo que provoca “uma visão participada e enriquecedora” e num trabalho que dará “uma maior solidez quando nos apresentarmos a nível comunitário e nacional”.
“Essa reflexão não dispensa, antes reforça, a legítima discussão política e social desta questão”, afirmou Rui Bettencourt, sublinhando que o assunto pode também ser discutido na Assembleia Legislativa ou nas associações e instituições sociais, porque se pretende “construir uma visão coletiva daquilo que desejamos para o pós 2020”.
O titular da pasta das Relações Externas falou ainda do atual contexto internacional e europeu, destacando o ‘Brexit’ e uma eventual revisão dos fundos comunitários, bem como disparidades territoriais e dúvidas que persistem sobre o projeto europeu e sobre a política de coesão, sublinhando, no entanto, que há um “renascimento do europeísmo”, sobretudo depois das eleições francesas.
Rui Bettencourt salientou que se pretende com a Política de Coesão “reduzir as disparidades ao nível do desenvolvimento, crescimento económico e qualidade de vida” dos estados membros e das regiões europeias, “ajudando as regiões mais frágeis da Europa a vencer significativamente as suas fragilidades e incentivando a criação de emprego”, destacando a situação particular de Região Ultraperiférica e as potencialidades dos Açores.
O governante referiu ainda que o desenvolvimento do processo de envolvimento da sociedade açoriana passa pela conjugação de três estratégias, nomeadamente uma estratégia de informação e debate (três conferências), uma estratégia para fazer emergir ideias pela reflexão coletiva (três oficinas de prospetiva) e encontrar os fatores determinantes do pós 2020 (análise prospetiva e estratégica ).
A conferência hoje realizada, na qual estiveram presentes parceiros sociais e partidos políticos, contou também com uma intervenção do Diretor Regional do Planeamento e Fundos Estruturais, Rui Amann.
Esta foi a primeira do ciclo de três conferências que fazem parte da estratégia de informação e debate do processo de envolvimento e participação da sociedade açoriana na preparação da Política de Coesão pós 2020.