O Secretário Regional da Saúde apelou hoje, em Angra do Heroísmo, a uma responsabilidade partilhada por todos tendo em vista a redução dos fatores de risco das doenças cardiovasculares.
“Decisores políticos, profissionais de saúde e população devem empenhar-se, em conjunto, para fazer baixar a prevalência do consumo de tabaco e de álcool e os índices de sedentarismo e obesidade, que, nos Açores, são particularmente preocupantes, de acordo com o último Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico“, afirmou Rui Luís.
O titular da pasta da Saúde, que falava na VII Bienal de Cardiologia, que reúne cerca de três centenas de participantes, frisou que “os ganhos em saúde não são imediatos”, acrescentando que “chegarão à medida do empenho de cada um”.
O Secretário Regional manifestou preocupação com a elevada prevalência de doenças cardiovasculares nos Açores.
As doenças do aparelho circulatório mantêm-se como a principal causa de morte nos Açores com fatores de risco associados.
O mais recente Relatório de Avaliação Intercalar 2014-2016 do Plano Regional de Saúde revela um aumento de 2% da prevalência da hipertensão arterial na população açoriana, bem como uma subida de 4% do número de pessoas com dislipidémia.
Rui Luís adiantou que, apesar disso, “há uma redução de internamentos por insuficiência cardíaca, passando de 570 para cerca de 500 doentes, e uma diminuição dos internamentos evitáveis”.
Na sua intervenção, apontou como exemplos das políticas públicas de saúde na prevenção das doenças cardiovasculares o Programa Regional para a Promoção da Alimentação Saudável, o Plano de Ação para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool e o Plano de Ação de Combate ao Tabagismo.
“Não será por acaso que começamos a assistir a um aumento da procura pelas consultas de cessação tabágica na Região. No decurso de um ano, e comparando semestres, percebemos que houve um aumento de 32% no número de consultas realizadas”, frisou.
Rui Luís referiu-se ainda ao papel ativo das Unidades de Saúde de Ilha nas ações desenvolvidas junto da população, seguindo o que está delineado na Estratégia Regional de Combate às Doenças Cérebro- Cardiovasculares do Plano Regional de Saúde.
O Secretário Regional sublinhou ainda a importância de jornadas científicas, como a Bienal de Cardiologia, para a garantia da evolução e partilha de conhecimento.
“Ambas, formação e investigação, devem continuar a ser dinamizadas e criadas cada vez melhores condições para a sua concretização, contribuindo em larga medida para a fixação dos profissionais de saúde nestes nove pedaços de lava“, afirmou Rui Luís.