No final de abril, então a três jornadas do final da II Liga, o presidente do Santa Clara, Rui Cordeiro, garantiu que o clube ia subir ao Pico se lograsse chegar à I Liga de futebol, o que se veio a verificar.
A opção foi a de “mostrar que os Açores têm a montanha mais alta do país”, e o Santa Clara teve de “mover montanhas” para chegar ao escalão máximo do futebol português, tendo-se dado hoje este gesto simbólico, contou à reportagem da agência Lusa — durante o trajeto – o presidente do clube.
Jogadores como Clemente, Rashid, ou o capitão Pacheco foram dos mais enérgicos e bem-dispostos do trajeto, que demorou sensivelmente oito horas entre o começo e o seu fim, com paragem maior na Cratera e no Piquinho, efetivamente o ponto mais alto da montanha, 70 metros acima da cratera.
Ali, a equipa tirou fotografias com a bandeira dos Açores e do Santa Clara, gravando ainda uma mensagem de apoio ao ‘fair play’, com a situação vivida pelos futebolistas do Sporting, agredidos na terça-feira por adeptos, na mente.
A acompanhar a equipa estiveram dois guias.
Carlos Pinto, treinador que atingiu a subida, mas que se sabe já que não continuará no clube açoriano, enalteceu o esforço dos atletas antes do período de férias: “Quando se quer alcançar muito algo, vai custar, custa sempre, mas vale a pena”, diz, falando sobre a subida ao Pico, mas também, naturalmente, sobre o segundo lugar no escalão secundário de futebol.
O Santa Clara juntou-se na subida ao principal escalão do futebol nacional aos madeirenses do Nacional, que conquistaram o título de campeões da II Liga.
A formação de Ponta Delgada conta três presenças na I Liga, a última das quais em 2002/03, após ter obtido a sua melhor classificação entre os ‘grandes’, com o 14.º lugar em 2001/02.
A estreia do emblema dos Açores no principal escalão ocorreu em 1999/2000, quando terminou o campeonato na 18.ª e última posição.
Lusa