A SATA afirmou hoje que “o entendimento” com os sindicatos para evitar cortes salariais prevê medidas que “respeitam a legalidade e a sustentabilidade da companhia” com o objetivo “de se trabalhar de modo mais produtivo”.
Na sexta-feira à noite, a plataforma, que reúne cinco sindicatos do setor da aviação, anunciou um pré-acordo com a administração da transportadora aérea SATA para evitar cortes salariais entre 3,5% e 10% previstos no Orçamento do Estado, após uma reunião de quase seis horas com a administração da transportadora aérea açoriana.
Num comunicado hoje divulgado, o presidente da SATA, António Meneses, sublinha que foi conseguido um acordo que, “através da constante abertura ao diálogo”, se procurou “de modo muito insistente com o objectivo de alcançar um entendimento com a maior celeridade possível”, acrescentando que através do “diálogo” os “sindicatos tiveram que perceber” que tinham que ir “ao encontro de uma solução que respeitasse a sustentabilidade do grupo SATA”.
Para o presidente da SATA, as várias rondas de negociação com os sindicatos serviram “para que as várias posições se aproximassem”, e sobretudo conduzissem à “anuência da plataforma sindical no sentido da aceitação do aumento da produtividade, em consequência de mais tempo de trabalho e menos tempo de descanso”.
António Meneses realça que “o acordo a que se chegou é sustentável e legal e permite suportar a remuneração dos trabalhadores, numa base de maior produtividade da atividade da companhia”.
“O acordo alcançado foi conseguido por todas as partes, com conquistas e cedências recíprocas”, refere, indicando que nos próximos dias as “várias partes envolvidas, devido à complexidade da atividade operacional da SATA e às várias categorias profissionais envolvidas, irão trabalhar as especificidades técnicas do entendimento, de modo a prepará-lo para que possa ser assinado, depois de ratificado pelas assembleias gerais dos sindicatos envolvidos”.
“Com o acordo agora alcançado, a SATA investe em remuneração para os seus trabalhadores e obtém contrapartidas de mais produtividade na sua atividade, tudo enquadrado no que é legalmente admissível e na obtenção de ganhos de produtividade e maior valor para a sustentabilidade da companhia”, sublinha.
Na sexta-feira, e no final da reunião, o porta voz da plataforma sindical, Jaime Prieto, disse à Lusa que “não é uma colagem à situação desejável que foi encontrada no continente para o grupo TAP, mas criou-se uma aproximação saudável que vamos apresentar aos nossos trabalhadores do grupo SATA”.
Jaime Prieto adiantou que “estão reunidas condições para uma solução para pôr um ponto final neste conflito”, que originou greves em abril e maio.
As medidas acordadas são retroativas ao início do ano, altura em que começou a ser aplicado o corte salarial médio de 5% em salários brutos acima de 1.500 euros, aplicado na generalidade da função pública e das empresas do setor empresarial do Estado.
Lusa