A SATA e a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) consideraram hoje a rede daquelas agências como a “solução natural” no apoio ao cliente, após o fecho das lojas da companhia aérea nas zonas urbanas.
Num comunicado conjunto, as duas organizações revelam que estiveram reunidas na segunda-feira com o intuito de “potenciar a cooperação e o apoio ao passageiro”.
“As duas entidades exploraram novas e melhores soluções para o futuro apoio aos passageiros e clientes SATA, na sequência do reajustamento dos canais de serviço ao cliente, recentemente implementado pelo grupo de transporte aéreo açoriano”, lê-se na nota de imprensa.
Perante o fecho das lojas nas zonas urbanas dos Açores, decidido pela administração da transportadora, a SATA e APAVT concluíram que a rede das agências de viagens é a “solução natural” para apoiar os passageiros.
“Concluíram, SATA e APAVT, que a rede de agências de viagens constitui, neste âmbito, uma solução natural. Assim, as duas organizações irão colaborar no sentido de potenciar a utilização de canais de atendimento da companhia aérea (‘contact center’ ou lojas de aeroporto), bem como fomentar a opção por agências de viagens”, destacam.
Citado no comunicado, o presidente do grupo SATA, Rui Coutinho, considera os agentes de viagens como “parceiros fundamentais” para a companhia de aviação açoriana.
“Este encontro permitiu-nos analisar, em conjunto, as principais alterações que foram surgindo nas últimas semanas, na sequência das decisões de reajustamento do nosso serviço ao cliente. É um trabalho que queremos continuar a desenvolver em conjunto”, afirma.
Já o presidente da APAVT adianta que a reunião permitiu “avançar numa série de pontos da agenda”, que não incluiu “qualquer alteração nos acordos financeiros em vigor entre a SATA e as agências de viagens”.
“Foi um excelente momento de aproximação e de diálogo franco entre as duas entidades. Somos ‘players’ muito fortes no arquipélago e é bom para o turismo que consigamos dialogar e encontrar soluções comuns para os desafios do momento”, defende Pedro Costa Ferreira.
A SATA anunciou em 19 de julho uma reorganização, a partir de agosto, do modelo de atendimento, concentrando os serviços de venda de bilhetes, reservas e informações nos balcões do aeroporto e atendimento telefónico, em vez das lojas.
Após o anúncio de encerramento das lojas nas zonas urbanas, que motivou críticas das autarquias e partidos, o presidente da SATA revelou que os serviços das lojas iriam ser transferidos para a Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC), o que levantou dúvidas de legalidade por parte de associações empresariais, sindicatos e partidos.
Em 01 de agosto, a APAVT manifestou surpresa pela “inusitada e incompreensível decisão” do fecho de balcões de atendimento da SATA e revelou que iria averiguar a legalidade da venda de bilhetes “por um organismo público”.
Cinco dias mais tarde, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, admitiu que a venda de bilhetes da SATA por parte da RIAC poderá não vir a concretizar-se, pelo menos em todas as ilhas.
Lusa