A plataforma de sindicatos da SATA e a administração da empresa ratificaram hoje, em Lisboa, após seis horas de reunião, o acordo a que tinham chegado há algumas semanas, entrando o memorando em vigor de imediato.
A plataforma sindical e a administração da transportadora aérea açoriana chegaram há algumas semanas a um pré-acordo depois de greves em abril e maio, convocadas pela não aplicação na SATA do entendimento conseguido na TAP com vista a evitar os cortes salariais entre 3,5 e 10% previstos no Orçamento do Estado para 2013.
“Foi uma autêntica maratona de três meses. Estamos satisfeitos com o desfecho final e a SATA também”, declarou à agência Lusa Rui Luís, porta-voz da plataforma, no final do encontro.
O SITAVA (Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroporto, um dos cinco que integra a plataforma) admitiu a hipótese de o sindicato “não assinar” o memorando com a SATA se não fossem “clarificados” dois pontos considerados “essenciais”.
Também o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) declarou que só estaria disponível para assinar o acordo se houvesse um “esclarecimento mais cabal” de alguns pontos.
Rui Luís considera que o memorando agora assinado é uma “satisfação” para a plataforma de sindicatos mas “sobretudo para os açorianos”.
O dirigente sindical assegura que todas as questões que estavam pendentes foram clarificadas, tendo-se assim viabilizado o memorando.
Luís Parreirão, administrador do grupo SATA, considera o acordo agora celebrado “vantajoso para ambas as partes”.
“Este é um bom acordo do ponto de vista dos trabalhadores, porque a sua remuneração é melhorada, e para a SATA, porque esta assenta na base da produtividade”, sublinha Luís Parreirão.
O administrador da SATA, que “saúda a atitude” da plataforma sindical, salvaguarda que o acordo agora firmado irá permitir “flexibilizar a escala” de pessoal, permitindo assim assegurar ligações com, por exemplo, Okland, nos EUA, destino considerado relevante para a companhia.
Luís Parreirão aponta como outro “aspeto positivo” do acordo, o fato de os trabalhadores abdicarem de serem remunerados até aos 30 minutos numa situação de “imprevisibilidade das operações”.
“Estamos perante um acordo claramente diferente do acordo alcançado para a TAP, uma vez que o acordo conseguido para a SATA é baseado em contrapartidas de produtividade, tal como se pretendeu desde o início”, conclui o administrador da SATA.
Lusa