A companhia aérea SATA fez uma parceria com o fabricante de aviões Airbus para reduzir custos e aumentar a segurança nos voos para o aeroporto da Horta, disse hoje à agência Lusa fonte da transportadora açoriana.
“Essa parceria com a Airbus terá, efetivamente, um impacto muito relevante para a SATA e para os seus passageiros”, afirmou o administrador para a área operacional da transportadora, João Bettencourt Soares.
Segundo o responsável, o projeto “permite aumentar a segurança, diminuir as situações de irregularidade operacional por limitações das condições atmosféricas e tem um impacto muito positivo na redução de custos e na qualidade do serviço”.
João Bettencourt Soares informou que esta parceria integra-se no projeto europeu RISE (RNP Implementation Synchronized in Europe), lançado em final de 2014, que visa “melhorar a precisão da trajetória de aproximações das aeronaves em várias pistas europeias”, utilizando “novos sistemas de navegação” suportados “em tecnologia satélite GPS” e não em equipamentos terrestres.
O administrador para a área operacional da SATA destacou que, no âmbito deste projeto, vai ser possível “realizar aproximações com mínimos de visibilidade mais baixos, aumentar a segurança de voo pela implementação de novos procedimentos, reduzir o consumo de combustível, assim como também os tempos de voo”.
A iniciativa surge no âmbito do SESAR JU (Single European Sky Air Traffic Management Research Joint Undertaking), liderado pela Airbus, através do qual foram selecionados diversos aeroportos, incluindo o da Madeira, e prestadores de serviços, como a NAV — Navegação Aérea, operadores de transporte aéreo, onde se incluiu a SATA, ou a Autoridade Nacional de Aviação Civil.
“Neste momento está a decorrer o estudo e o desenho das aproximações, com o envolvimento dos parceiros técnicos que fazem parte do consórcio”, declarou o administrador, referindo que, assim que as cartas de aproximação às pistas estiverem terminadas, segue-se a formação e certificação dos pilotos da SATA para realizar este tipo de operações.
Seguem-se “voos de teste para validação e certificação de todo o processo”, acrescentou João Bettencourt Soares, notando que, assim que este terminar, a SATA ou qualquer outra companhia que integre o consórcio pode realizar as operações nos aeroportos que adotaram estes procedimentos.
João Bettencourt Soares explicou que a SATA celebrou um contrato com a Airbus, cujo valor se escusou a revelar, notando, contudo, que haverá “um retorno ao fim de três anos de operação”, período que poderá ser antecipado, “uma vez que este projeto também é comparticipado por fundos europeus”.
Nos Açores, o projeto contempla os três aviões A320 e o aeroporto na Horta, na ilha do Faial, mas prevê-se, ainda este ano, alargar também ao aeroporto de Ponta Delgada, em São Miguel.
Lusa