A secretária regional da Saúde e Desporto dos Açores admitiu hoje que o Serviço de Apoio ao Doente Deslocado (SADD) em Lisboa está sem coordenação, desde janeiro, mas garantiu que continua a funcionar sem constrangimentos.
“O SADD deixou de ter coordenação desde janeiro desde ano. A antiga coordenadora deixou o cargo a seu pedido, mas o serviço continua a funcionar, na medida em que há outros recursos humanos da área psicossocial e administrativa que têm estado a assegurar o serviço e não tem havido constrangimentos de maior pela ausência da coordenação”, referiu a titular da pasta da Saúde, Mónica Seidi, numa reação enviada à Lusa.
O PS/Açores questionou Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) sobre o funcionamento do Serviço de Apoio ao Doente Deslocado (SADD), em Lisboa, alegando que a valência estava “sem coordenação e sem viatura” para o transporte dos utentes.
“O Governo Regional tem de explicar há quanto tempo o SADD se encontra sem coordenação e porquê. E, já agora, quem é que está a assegurar a gestão deste serviço”, afirmou o deputado socialista Tiago Lopes, citado numa nota de imprensa do partido, enviada hoje.
Em reação às críticas da oposição, Mónica Seidi reconheceu que a situação “tem de ser resolvida”, mas frisou que “tem havido uma estreita colaboração com a própria direção regional da Saúde”, que tem articulado os assuntos de “maior importância”.
“O serviço não foi deixado ao abandono. De momento, não há a função de coordenadora, mas o serviço continua a funcionar e os doentes deslocados não têm de sofrer constrangimentos por causa desta ausência de coordenação, porque a direção regional tem estado presente e a dar todo o apoio”, adiantou.
Segundo a titular da pasta da Saúde, a direção regional da Saúde deslocou-se a Lisboa nos meses de julho e agosto para “perceber os constrangimentos e estudar eventuais soluções, que poderão passar por uma reestruturação do serviço”.
Quanto à viatura, foi adquirida em março de 2022 para transporte de doentes não urgentes, mas necessitava de ser “licenciada pelo INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica]”.
Mónica Seidi salientou, no entanto, que “da forma como foi regulamentada só poderia mesmo transportar doentes, prejudicando o serviço que é feito também para trabalho externo pelos próprios funcionários”.
“Procedemos à intenção de cancelar o alvará solicitado para este tipo de funcionamento e alterar a tipologia da viatura, retirando a identificação existente, para que para além do transporte possa eventualmente também servir para o trabalho que diariamente os funcionários do serviço muitas vezes fazem com visitas aos doentes deslocados”, explicou.
A governante revelou ainda que, na deslocação mais recente a Lisboa, a direção regional da Saúde esteve em contacto com várias entidades para melhorar o acesso a alojamento dos doentes deslocados dos Açores.
“Houve a preocupação de procurar entidades que possam realizar protocolos com a região, nomeadamente a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ou a casa de acolhimento Porto Seguro, numa tentativa de reforçar todo o apoio que é dado aos doentes deslocados”, adiantou.
Na terça-feira, o Bloco de Esquerda/Açores alertou para as dificuldades dos doentes deslocados em Lisboa em pagar um alojamento, questionado o executivo, em requerimento, sobre quando será encontrada uma solução.
“Quando estas pessoas procuram assistência social é-lhes dada uma lista com residenciais, ‘hostels’ e hotéis, cujos preços são muito elevados. Muitas vezes estas pessoas acabam por se ver obrigadas a optar por uma alimentação de baixo valor nutricional, de forma a fazer frente às dificuldades económicas”, salientou o BE.
Lusa