O secretário regional da Economia considerou ontem, durante um debate na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que a SATA fez a melhor escolha financeira e técnica ao optar pela aquisição dos aviões Dash Q200 e Q400 para proceder à renovação da sua frota inter-ilhas.
Vasco Cordeiro, que respondia a um conjunto de questões apresentadas pela Oposição, recusou a ideia de que os Dash Q200 são aparelhos velhos e ultrapassados, recordando que eles foram “alvo de uma profunda revisão realizada pela Bombardier”, “que a sua actual idade está bastante abaixo da média de idade de aeronaves iguais que estão ao serviço de outras companhias” e que, “de acordo com dados de fabricante, os dois Q200 ainda não chegaram sequer a metade do prazo estimado da sua vida útil”.
O governante recordou, ainda, que todo o processo de substituição da frota da SATA Air Açores foi feito “com recurso à consultadoria de entidades especializadas no sector”, adiantando que todos os estudos “demonstraram que os aviões da Bombardier constituíam a melhor solução”.
Nesta matéria, a decisão está devidamente “fundamentada do ponto de vista técnico, operacional e de gestão”, assegurou.
Referindo-se à questão de, neste momento, haver já um fabricante que tem em produção uma aeronave que se poderia adequar ao serviço no arquipélago, Vasco Cordeiro lembrou que a decisão tem de ser avaliada com referência ao momento em que foi tomada e com os elementos que havia na altura.
“Se ficarmos sempre à espera do último modelo, nunca adquiriríamos aviões ou qualquer outro tipo de equipamento”, argumentou.
O secretário regional da Economia lamentou ainda que os partidos da Oposição “sejam pouco cautelosos” na forma como abordam os assuntos relacionados com a transportadora aérea açoriana, reafirmando a política do Governo dos Açores para a companhia, a qual concilia os objectivos de prestação do serviço público com a necessária racionalidade económica que permita uma gestão equilibrada e sustentável.
“À SATA deve exigir-se sempre o melhor, mas é preciso ter cuidado para se poder ter a quem exigir, porque, no limite, não se pode querer exigir a alguém que já não existe”, sentenciou Vasco Cordeiro.