A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo revelou hoje que será instalado um sistema de armazenamento de energia por baterias no sistema eletroprodutor da ilha Terceira.
“Conseguiremos, assim, diminuir o grau de indisponibilidade do sistema elétrico, melhorar a sua estabilidade, bem como maximizar a penetração dos recursos renováveis e endógenos na rede elétrica”, salientou Marta Guerreiro, que falava durante uma visita à Central Geotérmica do Pico Alto, na Terceira.
A titular da pasta da Energia avançou que, para o efeito, a EDA – Eletricidade dos Açores vai “lançar na próxima semana um concurso público internacional” para conceção, construção, fornecimento, montagem, ensaios, entrada em serviço e manutenção daquele sistema de armazenamento de energia, “com um prazo máximo de execução de dois anos, cujo valor base é de 14 milhões de euros, tendo já sido aprovada a respetiva candidatura ao PO 2020”.
Este sistema de armazenamento de energia inclui um módulo de otimização da rede, de gestão da produção e da carga, de previsão de cargas e da produção renovável, com capacidade de 15 MW/10,5 MWh.
Marta Guerreiro adiantou que, “com a entrada em funcionamento deste sistema de armazenagem de energia, será possível, em 2022/2023, atingir uma maior penetração de renováveis na rede”, já que se torna possível prescindir parcialmente de grupos térmicos, com enfoque no período da noite.
A Secretária Regional referiu ainda que, com este sistema, juntamente com os novos furos geotérmicos que se pretende realizar no campo geotérmico do Pico Alto, “a ilha Terceira poderá atingir uma taxa de penetração de renováveis acima dos 60%”.
Marta Guerreiro sublinhou a importância das baterias, uma vez que “têm a capacidade de responder às variações de frequência e da tensão na rede com a mesma rapidez, ou até maior, do que a dos grupos térmicos, sendo que, no caso do sistema a implementar na Terceira, será possível manter apenas um grupo térmico em funcionamento, libertando espaço para a introdução de mais energia com base em fontes renováveis na rede”.
A governante revelou que, em 2018, a penetração de energia com base em fontes renováveis e endógenas na Terceira foi “a maior alguma vez registada”, com 34%, sendo a geotérmica responsável por 11%, a eólica por 16% e a incineração de resíduos por 7% do consumo total da ilha.
