Simpósio reflecte sobre “relacionamento natural” com a morte

A criação de um “relacionamento natural” com a morte é o objetivo do simpósio que hoje começa em Ponta Delgada, Açores, porque o ser humano nem sempre encara a morte como inevitável e evita falar do tema.
“O simpósio pretende ser uma ajuda para que os participantes se possam relacionar naturalmente com o processo da morte, não no sentido mórbido, mas para viver com maior qualidade em termos emocionais e existenciais”, afirmou Paulo Borges, capelão do Hospital de Ponta Delgada, que promove a iniciativa.

A iniciativa é subordinada ao tema ‘A arte de morrer’, que Paulo Borges admitiu ser um título “um pouco provocatório e até contraditório, porque não há arte nenhuma em morrer, é o tal acontecimento normal da vida”.

O problema, segundo o capelão do Hospital de Ponta Delgada, é que as pessoas não encaram a situação de uma forma natural e “falam pouco da morte”.

“Perguntei a algumas pessoas se não se iam inscrever num simpósio sobre a morte e algumas pediram para não lhes falar na morte”, afirmou, recordando que antigamente “a pessoa preparava o vestido que ia levar para a sepultura”.

O simpósio ‘A arte de morrer’ decorre entre quinta-feira e sábado no auditório do Hospital de Ponta Delgada, contando com intervenções, entre outros, de Jorge Vilaça, coordenador da Pastoral da Saúde da Diocese de Braga, e Vítor Feytor Pinto, director da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde.

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