“É inaceitável a negociata entre Portugal e os EUA para acabar com a aplicação do inquérito salarial, um modelo que é utilizado para calcular o aumento salarial dos trabalhadores portugueses da base”, afirmou Vítor Silva, do Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação, Bebidas, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores (SABCES).
Vítor Silva disse à agência Lusa que os resultados do inquérito salarial “não são cumpridos desde 1999”, o que já “causou uma perda de 13,5 por cento no vencimento” dos trabalhadores portugueses ao serviço das forças norte-americanas naquela base da ilha Terceira.
“Estão em dívida 13 milhões de euros e agora os norte-americanos, com a concordância do Governo português, querem dar 200 mil euros pelo pagamento dos anos de 2006 e 2007, impondo a condição de Portugal aceitar abolir o inquérito salarial que está acordado”, acusou o dirigente sindical.
Segundo Vítor Silva, numa conjuntura negocial que parecia favorável para Portugal, com o pedido dos EUA para o alargamento das valências da Base das Lajes, os trabalhadores correm o risco de receber “um presente envenenado”.
O dirigente sindical considerou, por isso, que “mais uma vez os norte-americanos fazem tábua rasa do acordo laboral, com a conivência do Estado português”.
“Existe na base um acordo laboral que se aplica aos trabalhadores portugueses. Dentro deste acordo há um regulamento de trabalho, no qual está consagrado o inquérito salarial”, lembrou.
Na Base das Lajes trabalham actualmente 837 portugueses ao serviço das forças norte-americanas, segundo indicou a estrutura sindical.
Lusa