A União de Sindicatos da Horta afirmou hoje que o envio para o Ministério Público do despedimento de 26 trabalhadores no Hotel Horta, pela Inspeção Regional de Trabalho, poderá fazer justiça, mas não admite uma ação judicial própria.
“Este é um processo que está longe de ser normal e efetivamente há necessidade de se apurar os factos para que seja feita justiça em relação aos trabalhadores que é quem está a perder no meio disto tudo”, afirmou o dirigente sindical João Decq Mota.
João Decq Mota considera que a empresa Soturim – Sociedade Turística Imobiliária, detentora do Hotel Horta, que fechou a 31 de maio, “está a brincar com a vida dos trabalhadores”, dizendo que os sindicatos podem também recorrer à justiça.
“Pelo caminho que as coisas estão a levar será inevitável que nós tenhamos de meter uma ação judicial contra a empresa”, sublinhou.
O dirigente sindical recorda que dos 26 trabalhadores daquela unidade hoteleira da ilha do Faial, “alguns entraram em acordo com a entidade patronal e receberam 50% do valor a que tinham direito”. No entanto, acrescentou, o sindicato está a acompanhar os restantes trabalhadores que, na sua ótica, “têm direito de receber o que está efetivamente na lei e isso a entidade patronal não quer pagar”.
João Decq Mota diz que havia um despedimento coletivo que não se chegou a concretizar, a entidade patronal encerrou o hotel a 31 de maio e os trabalhadores continuaram a dirigir-se para o local de trabalho, mesmo com os vencimentos em atraso. O sindicalista recusa por isso o cenário de despedimento por justa causa referido numa carta enviada aos trabalhadores.
O dirigente sindical recorda que os trabalhadores “não estão despedidos, não têm fundo de desemprego nem meios de subsistência”.
Lusa