“Esperamos que não aconteça como no ano passado em que só desbloquearam as verbas próximo do verão, o que não faz sentido porque o inverno já tinha passado e é agora que os pescadores não podem ir ao mar e têm falta de dinheiro”, afirmou o dirigente sindical em declarações à Lusa.
O denominado ‘Fundo Pesca’ atribui uma compensação salarial, que variou em 2010 entre 250 e 270 euros, destinada a auxiliar os profissionais da pesca pelos dias em que não podem trabalhar devido às más condições do mar.
“O mau tempo já começou, os pescadores estão em terra e as candidaturas às verbas da compensação, que são como um subsídio de Natal para quem não tem dinheiro, ainda não começaram”, frisou Luís Carlos Brum.
Por outro lado, o presidente do Sindicato dos Pescadores dos Açores manifestou-se “em desacordo com os critérios de atribuição”, exemplificando que quem recebe 200 euros de Rendimento Social de Inserção ou está de baixa médica só recebe a diferença entre o valor que recebe dessas prestações sociais e os 250 euros atribuídos”.
“Isso significa que haverá muitos pescadores que irão receber apenas 50 euros”, alertou, acrescentando que o sindicado defende “uma atribuição do subsídio no valor do ordenado mínimo regional, como aconteceu em 2008 e 2009, no seu valor total e sem descontos”.
Luís Carlos Brum recusou “as acusações de que os pescadores são absentistas”, reforçando que o que existe “é falta de trabalho, porque o inverno é rigoroso”.
O dirigente sindical recordou que “os pescadores descontam para o Fundo Pesca 0,5 por cento do total bruto do pescado capturado”, salientando que “contribuem para o que precisam de receber quando não podem trabalhar”.
O presidente do sindicato recordou que o fundo abrange os pescadores de todas as ilhas dos Açores, estimando que, entre os cerca de cinco mil reconhecidos como profissionais, deverão candidatar-se cerca de 1500.