A SATA e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) estiveram reunidos mas não chegaram a acordo, mantendo-se a grave ao trabalho suplementar e feriados, que arranca dentro de poucas horas, às 00:00 de domingo.
O dirigente nos Açores do SINTAC Filipe Rocha admite, em declarações à agência Lusa, um acordo com a administração da SATA para evitar a greve na companhia aérea açoriana mas este tem de ser “bom para os dois lados”.
“Este cenário está sempre em cima da mesa, mas um acordo é bom quando é bom para os dois lados e a SATA não tem essa visão, achando que o acordo tem de ser bom para eles independentemente das consequências para os trabalhadores”, declara o sindicalista.
Os trabalhadores da transportadora aéra dos Açores afetos ao SINTAC anunciaram uma greve ao trabalho suplementar e dias feriados entre 01 de setembro e 31 de dezembro, reivindicando a aplicação na SATA do acordo que está em vigor na TAP e que evita os cortes salariais entre os 3,5% e os 10% previstos no Orçamento do Estado de 2013.
Filipe Rocha considera que a atitude da SATA não deixa “condições para acordo”, salvaguardando que “todas as hipóteses são negociáveis” mas desde que “também traga contrapartidas” para os trabalhadores, tendo “sempre em vista” o acordo alcançado para a TAP.
O sindicalista afirma que a paralisação não terá “grandes consequências” para a SATA a não ser que haja “irregularidades nos voos” que origine a necessidade de se recorrer ao trabalho extraordinário sobre o qual incide a greve.
O dirigente do SINTAC aponta que na reunião com a administração da SATA e com a Secretaria Regional dos Transportes e Turismo que visou a definição dos serviços mínimos assistiu-se a uma “tentativa de reconciliação”, mas a companhia “não fugiu às propostas” que tem vindo a apresentar “desde sempre” como a alteração dos horários de trabalho e a disponibilidade acrescida dos trabalhadores.
“Os trabalhadores entendem que não é esse o caminho que querem seguir e, sendo assim, não há condições para suspender a greve”, declara Filipe Rocha.
José Gamboa, porta-voz da SATA, confrontado com as declarações do dirigente do SINTAC, sublinha que a SATA “mantém sempre” o “diálogo aberto” para chegar ao “melhor entendimento” com “todas” as estruturas representativas dos trabalhadores, mas “tendo sempre em conta” o quadro legal em vigor e a viabilidade económica e financeira do grupo.
“No caso concreto, já reunimos por algumas vezes e demonstramos disponibilidade a este sindicato para aceitar a proposta de adesão ao acordo vigente na empresa para os trabalhadores de terra, mas também para que seja estendido ao SINTAC o compromisso assumido no âmbito do memorando de entendimento com a plataforma sindical que na altura representava a totalidade dos trabalhadores sindicalizados”, revela José Gamboa.
O porta-voz da SATA, que mantém abertas a portas às negociações, aponta que estas propostas “não foram aceites pelo sindicato”, que afirma representar sete por cento dos trabalhadores da companhia mas que merece o “mesmo respeito” e “direito ao diálogo”.
Uma plataforma sindical, que não integrava o SINTAC, e a administração da transportadora aérea açoriana chegaram em junho a acordo depois de greves realizadas em abril e maio convocadas pela não aplicação na SATA do entendimento conseguido na TAP.
Lusa