Os cinco sindicatos que representam os trabalhadores da companhia aérea açoriana vão reunir-se a partir das 13h30 dos Açores e pretendem apresentar uma só voz perante o apelo da administração da SATA.
Na terça-feira, a administração da SATA enviou uma carta aos sindicatos para lhes reiterar a sua disponibilidade para debater “aspetos não vedados por lei”, “num esforço de diálogo e concertação”.
Na carta, a administração da companhia aérea lembra que as datas marcadas pelos sindicatos para a greve – 23, 24 e 25 de abril e 02, 03 e 04 de maio – coincidem com a realização do rali dos Açores e as festas do Santo Cristo, em São Miguel, “datas de extrema importância para a realização de receita por parte das empresas do grupo SATA”.
No documento, assinado pelo presidente do conselho de administração, António Gomes de Menezes, é afirmado ser essencial que a empresa tenha “os recursos necessários para satisfazer as suas obrigações, inclusive perante os trabalhadores”.
A carta, recebida pelos sindicatos hoje de manhã, será o tema em discussão pela plataforma dos cinco sindicatos implicados: Sindicato Nacional do Pessoal da Aviação Civil, Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves e o Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial.
“Dessa reunião vai sair uma decisão comum, mas a nossa posição tem sido sempre pela defesa dos trabalhadores, mas também uma posição de consciência quer da situação no país, quer da situação da SATA e, portanto, não é nosso interesse prejudicar ninguém e muito menos a empresa”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional de Pessoal da Aviação Civil, Nuno Fonseca, em nome da plataforma.
“Estamos disponíveis, como estivemos sempre, a reunir com a administração para resolver a situação, da mesma forma que, caso a situação se resolva, estaremos disponíveis a levantar o pré-aviso de greve”, sublinhou.
A greve foi convocada pela não aplicação na SATA do acordo que os sindicatos assinaram com a administração da TAP com o objetivo de evitar os cortes salariais médios de 5% previstos no Orçamento do Estado.
O Governo dos Açores, que tutela a SATA, tem reiterado que no caso da companhia aérea açoriana, só seria possível evitar esses cortes violando a lei do Orçamento do Estado, recusando dar indicações à empresa para cometer uma “ilegalidade”.
“O pré-aviso de greve foi apresentado por uma razão muito específica. Se a situação passar a ser cumprida, é óbvio que não temos qualquer interesse em dificultar a vida à SATA”, disse Nuno Fonseca.
Lusa