SINTAC cancela greve às horas extraordinárias na SATA

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores  da Aviação Civil (SINTAC) anunciou hoje que desconvocou a greve ao trabalho  extraordinário no grupo SATA que estava convocada até 31 de dezembro de  2014.

“Porque o SINTAC e os seus associados privilegiam o diálogo, o consenso  e a paz social, desconvoca-se a greve ao trabalho extraordinário que estava  em vigor até 31 de dezembro de 2014, na certeza de que a boa-fé demonstrada  pela empresa permitirá ultrapassar os diferendos legais e éticos que ainda  existem”, declara a direção do SINTAC, num comunicado. 

O SINTAC é das estruturas que integra a plataforma de sindicatos que  na terça-feira chegou a um acordo de princípio com a nova administração  da SATA, a transportadora aérea dos Açores, sobre a aplicação do Orçamento  do Estado de 2014 na empresa. 

A estrutura sindical considera que a solução apresentada pela SATA “não  resolve todos os problemas mas abre uma janela de negociação que durante  um ano não existiu”.

“O presidente do conselho de administração manifestou claramente vontade  de, agora, em sede de negociação coletiva, com os sindicatos, encontrar  soluções para tentar resolver os problemas que ainda subsistem”, lê-se no  comunicado hoje emitido. 

O SINTAC considera que o memorando de entendimento celebrado em 2013  entre os restantes sindicatos e a transportadora aérea “foi um erro que  não devia ter acontecido e que prejudicou significativamente os trabalhadores  do ‘handling’ da SATA”. 

“A nossa argumentação era a mais justa possível e bastava que não tivessem  existido sinergias sindicais contra os trabalhadores para que este desfecho  tivesse sido possível há um ano. O SINTAC foi o único sindicato que se assumiu  publicamente contra o memorando de entendimento de 2013 e foi o único a  desenvolver ações de luta contra ele”, afirma o SINTAC. 

O sindicato salvaguarda, contudo, que, se não for possível ultrapassar  as divergências pela via negocial, irá “até ao fim”, usando os mecanismos  legais à sua disposição para uma resolução total das “injustiças” verificadas  em 2013.

“Estamos certos de que se não tivéssemos seguido este rumo, hoje não  estaríamos aqui a anunciar que, finalmente, a SATA, com o aval explícito  do acionista, tinha percebido a injustiça cometida no ano de 2013, optando  em 2014 por não distinguir negativamente os trabalhadores dos Açores dos  que operam no mesmo sector no continente”, lê-se no comunicado.

Os trabalhadores afetos ao SINTAC afirmam, por outro lado, que não vão  permitir “negócios” à margem do Acordo de Empresa (AE) nem acordos que não  merecem o aval dos trabalhadores. 

O SINTAC convocou cinco greves na SATA por discordar do acordo celebrado  em 2013, que previa compensações salariais aos trabalhadores a troco, por  exemplo, de flexibilidade de horários. O sindicato reivindicava a aplicação  do mesmo entendimento alcançado na TAP, que previa a compensação dos cortes  salariais determinados pelo Orçamento do Estado. 

 

Lusa

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