Só eleições renovarão confiança dos portuguese​s no seu Governo – Vasco Cordeiro

O líder do PS/Açores e do Governo Regional defendeu hoje a realização de eleições antecipadas, considerando que, após a “guerra de cadeiras” e “birras” da última semana, a coligação PSD/CDS-PP perdeu qualquer legitimidade para “exigir sacrifícios”.
“A questão das eleições antecipadas não é uma causa de instabilidade como alguns querem fazer crer. É a única forma de resolver este aspeto: uma nova relação de confiança entre os portugueses e o seu Governo”, afirmou.
Vasco Cordeiro falava em Ponta Delgada, na sede do PS/Açores, na primeira declaração aos jornalistas sobre a crise no Governo da República desde a demissão dos ministros Vítor Gaspar e Paulo Portas.
Para o presidente do executivo regional, eleições legislativas nacionais antecipadas são determinantes para uma “renovação de legitimidade [do Governo] e um fator essencial para gerar uma nova relação de confiança”.
A última semana, defendeu, demonstrou que “aquilo que está em causa, por muito que [PSD e CDS-PP] tentem disfarçar”, é que “esta crise começou com uma guerra de cadeiras e, pelos vistos, para que termine, bastará uma troca de cadeiras”.
“E na situação em que o país está, quando se exigem tantos e tantos sacrifícios, este é um dos maiores insultos que se podem dirigir às famílias portuguesas. São dois anos de sacrifícios, de esforços, de angústias e de desespero de tantas e tantas famílias que foram, pura e simplesmente, mandados para o lixo pela irresponsabilidade do PSD e do CDS-PP”, acrescentou.
O líder do PS nos Açores considera, por isso, que o “governo remendado com os destroços do governo anterior” proposto pelo primeiro-ministro no sábado é “mais do mesmo” e “prejudicial” para o país.
“O problema principal não é o da estabilidade interna dos dois partidos. A questão que as demissões puseram em causa foi a da legitimidade e autoridade do Governo para exigir sacrifícios aos portugueses, quando estes perceberam, esta semana, que tudo isto pode ser desperdiçado por uma guerra de lugares e pelas birras internas desse grupo formado pelo PSD e pelo CDS-PP. O que se quebrou definitivamente foi esse reconhecimento mínimo de autoridade e de legitimidade do Governo PSD/CDS-PP para pedir sacrifícios”, afirmou.
Em relação à “alegada solução” apresentada pelo primeiro-ministro no sábado, Vasco Cordeiro questionou ainda a opção de “colocar nas mãos” de “um dos principais protagonistas da instabilidade e da crise política”, Paulo Portas, “matérias essenciais como o relacionamento com a ‘troika’ ou a supervisão da gestão das contas públicas”.
“E esse é claramente um fator de suspeição e de erosão da confiança externa indispensável, sobretudo, no atual momento”, sublinhou.
Questionado sobre a atuação do Presidente da República face à crise política nacional, considerou-a “algo hesitante”.
“Aquilo a que temos assistido é que são marcadas audições de partidos políticos hoje, desmarcadas amanhã, adiadas para depois de amanhã. É necessário uma tomada de posição clara, que naturalmente deve ocorrer após a audição dos partidos políticos, mas até ao momento não foi transmitida, talvez, pela atuação do senhor Presidente da República, a segurança que tanto é necessária neste momento”, afirmou.

 

Lusa

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