Trezentos sobreviventes do antigo campo de exterminio nazi de Auschwitz-Birkenau participam hoje nas comemorações do 70.º aniversário da libertação daquele campo de concentração, na data em que se assinala o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
A grande maioria dos sobreviventes de Auschwitz-Birkenau tem mais de 90 anos.
A par dos sobreviventes, representantes de mais de 40 países, incluindo Portugal, confirmaram a presença nas cerimónias.
A representação portuguesa nas cerimónias está a cargo do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães.
O nome de Portugal irá figurar numa placa, descerrada durante as cerimónias, em que vão constar os vários países que apoiam a preservação das instalações do antigo campo de concentração e de extermínio.
Até há poucos dias, a lista de presenças divulgadas pelo Museu de Auschwitz-Birkenau indicava 11 chefes de Estado europeus, entre eles da Alemanha, França, Polónia, Áustria e Ucrânia.
A ausência do Presidente russo, Vladimir Putin, está a marcar os preparativos das comemorações que assinalam a chegada, em 1945, das tropas soviéticas ao complexo nazi.
O Kremlin lamentou que Putin não tenha recebido um “convite oficial” para as cerimónias, tendo posteriormente confirmado que a Rússia estará representada pelo chefe da administração presidencial, Serguei Ivanov.
O evento conta igualmente com cabeças coroadas: os reis da Bélgica (Felipe e Matilde) e da Holanda (Guilherme Alexandre e Máxima).
Os Estados Unidos estarão representados pelo secretário do Tesouro, Jack Lew, e o Vaticano pelo cardeal polaco Stanislaw Dziwisz, que foi secretário pessoal do Papa João Paulo II durante 39 anos.
O campo Auschwitz-Birkenau foi construído pelas forças alemãs em 1940 para ser um lugar de encarceramento de cidadãos polacos. A partir de 1942, o local transformou-se no complexo mais mortífero da política de extermínio do regime nazi durante a Segunda Guerra Mundial.
Entre 1940 e 1945 terão perdido a vida neste local mais de 1,1 milhões de pessoas, a maioria judeus, mas também polacos, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e prisioneiros de outras etnias.
Os nazis iniciaram um processo de evacuação de Auschwitz em 17 de janeiro de 1945, quando estariam no campo de concentração cerca de 56 mil prisioneiros. Entre nove e 15 mil pessoas terão morrido durante as “Marchas da Morte” da evacuação.
Precisamente 10 dias depois, o complexo de concentração e de extermínio de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polónia (a cerca de 60 quilómetros de Cracóvia), foi libertado pelas forças do Exército Vermelho (antiga União Soviética).
O museu de Auschwitz-Birkenau foi aberto em 1947 nas instalações do antigo campo de concentração, que foi declarado Património da Humanidade da Unesco em 1979, passando a ser um dos principais símbolos do Holocausto em todo o mundo.
Atualmente, cerca de 1,5 milhões de pessoas de todo o mundo visitam anualmente o museu.
Lusa