Foi no dia 22 de Fevereiro de 1858, que um grupo de indivíduos da classe operária, fundou a Sociedade Filarmónica Artista Faialense. Gabriel Samora Moniz, João Manuel da Silva Menezes, Vicente Inácio de Assis, Manuel Francisco, Jorge Mariano de Morais, Francisco Augusto da Silveira, José Moreira Barroso, Manuel Moreira Barroso, Joaquim José Ferreira Horta, António Ventura da Silveira e José Maria Vieira foram os 11 entusiastas fundadores.
À semelhança de todas as Filarmónicas viveu com altos e baixos até 1907, data em que assume a sua direcção artística o Maestro Francisco Xavier Symaria, figura de grande prestígio na vida musical faialense que, durante 37 anos, fez da Artista Faialense um grupo exemplar, elogiado em vários escritos da época, como um “modelo” a seguir.
Merece destaque, neste período de ascensão, a deslocação que a Artista Faialense fez à Terceira e São Miguel, em conjunto com o Fayal Sport Club, no verão de 1924. O público dessas Ilhas, ficou vivamente impressionado pelo nível de execução, disciplina e rigor do grupo, “impecavelmente fardados de branco com galões à oficial da marinha”, assim ficaram conhecidos.
Desta digressão ficaram ainda registados as várias homenagens públicas de que foram alvo o Maestro Symaria e alguns executantes, por parte das autoridades e público em geral.
Em 1944, tomou conta da regência, um notável músico faialense, o violinista Ricardo Ventura, que mais tarde havia de ascender a 1º violino da Orquestra da Emissora Nacional, em Lisboa, onde se manteve por largos anos.
Foi sob a direcção artística de Ricardo Ventura que se realizaram os festejos comemorativos do 1º centenário, durante a última semana do mês de Fevereiro de 1958, cujo encerramento decorreu no Amor da Pátria. Ficou memorável o concerto de encerramento, onde o Maestro apresentou um reportório clássico exigente que arrancou do público, (onde se incluíam vários ex-tocadores e sócios vindos dos Estados Unidos), vibrantes aplausos.
Em 1998, deslocou-se aos Estados Unidos da América, onde abrilhantou as “Grandes Festas: do Divino Espírito Santo” da Nova Inglaterra, realizadas pela comunidade açoriana em Fall River, tendo também efectuado concertos em diversas cidades de Leste.
Durante a sua existência a Artista Faialense lutou sempre para ter uma sede condigna, o que só há poucos anos o consegui, mercê de um esforço heróico da “gente operária” que conduz o seu destino.
Foi condecorada com a Medalha de Instrução Pública” por Sua Excelência o Presidente da República, em 13 de Março de 1958.
Foi considerada “Instituição de Utilidade Pública”, por Sua Excelência o Presidente do Governo Regional dos Açores, em 8 de Outubro de 1996.
A Artista Faialense tem atualmente 153 anos de existência, ininterrupta, ao serviço da Cultura Açoriana e da Igreja Católica.
Fonte-Sociedade Filarmónica Artista Faialense