“O MP interpôs o recurso no dia 27 de junho, mas eu só fui notificado no dia 25 de setembro. Nessa altura tentei contactar o Jorge Chaves para lhe dar conhecimento, mas não consegui”, referiu advogado Melo Alves.
De acordo com uma notícia avançada pela RTP, a Polícia Judiciária está a investigar o desaparecimento de Jorge Chaves, que foi absolvido em julho deste ano pelo Tribunal de Lisboa do homicídio do dono do bar de striptease O Avião.
“Depois dessa primeira tentativa, voltei a tentar mais uma vez, mas sem sucesso. E, pelo que sei, a família também não consegue falar com ele”, referiu o advogado.
Jorge Chaves, que era suspeito pelo homicídio do dono do bar O Avião, José Gonçalves, ocorrido em 2007, foi absolvido de todos os crimes de que estava acusado, depois de parte do julgamento ter sido repetida.
Jorge Chaves era sócio de José Gonçalves no bar Show Girls, em Ponta Delgada, desde 2002, mas desentenderam-se depois de o primeiro alegadamente ter usado para proveito próprio dinheiro da sociedade e falsificado várias assinaturas do segundo.
O homem havia sido condenado em março do ano passado, nas Varas Criminais de Lisboa, a 22 anos de prisão e a uma multa de mais de 100 mil euros pelos crimes de homicídio qualificado, incêndio com conduta perigosa, posse de arma proibida e dano qualificado, mas uma decisão do Tribunal da Relação de Lisboa obrigou à repetição de parte do julgamento.
O Tribunal da Relação teve o entendimento de que o acórdão deveria ser reformulado, uma vez que não considerou como prova válida a faturação detalhada do telemóvel do arguido.
A acusação concluíra que Jorge Chaves tinha construído uma bomba que foi detonada através de uma chamada de telemóvel, baseando-se na faturação detalhada do arguido.
O homicídio ocorreu a 2 de dezembro de 2007, quando o proprietário, José Gonçalves, abandonava o bar ao volante do seu automóvel, na companhia de duas bailarinas, que saíram ilesas.
Contactado pela Lusa, o Comando dos Açores da PSP admitiu ter conhecimento do desaparecimento de Jorge Chaves, mas remeteu qualquer informação para a Polícia Judiciária.
Lusa