Sul de Angola vai ter mais furos de água para combater ameaça de fome

As autoridades angolanas anunciaram a abertura de novos furos de água para ajudar a população a enfrentar a ameaça fome gerada pela seca persistente no sul do país, noticiou hoje a agência Angop.

Citando o diretor-geral dos Recursos Hídricos do Ministério de Energia e Água, Manuel Quintino, a Angop escreve que a “redução do nível do lençol freático fez com que haja necessidade de se efetuar a reabilitação e aprofundamento dos furos existentes e a abertura de outros” para abastecimento de água às populações e gado.

A medida tinha já sido defendida sábado pela UNITA, maior partido da oposição angolana, por intermédio da sua estrutura na província do Cunene, a mais afetada pela falta de água e a ameaça de fome que pende sobre centenas de milhares de pessoas.

A situação de emergência no Cunene foi revelada no passado dia 07 pelo governador provincial, António Didalelwa, que em declarações ao único diário do país, o estatal Jornal de Angola, alertou para pelo menos 300 mil pessoas ameaçadas de fome.

“A população está a passar momentos difíceis, porque há dois anos que praticamente não chove nas suas regiões, facto que está a prejudicar a economia das famílias, cuja base de subsistência é a agricultura e a criação de gado”, descreveu António Didalelwa.

Um dia depois, em declarações à Lusa, o bispo de Ondjiva, capital provincial do Cunene, Pio Hipunyati, considerou que a seca que atinge a região é “a mais severa dos últimos anos”, ameaçando cerca de um milhão de pessoas.

A situação levou a Comissão Económica do Conselho de Ministros a anunciar um Plano de Emergência para o Cunene, que será executado por uma comissão coordenada pelo Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial e integrada pelos ministérios da Administração do Território, Assistência e Reinserção Social, Agricultura, Saúde, Energia e Águas e pelo Governo da Província do Cunene.

“O referido Plano tem por objetivo garantir de imediato a assistência médica e medicamentosa, em bens alimentares e de distribuição de água potável às populações mais carenciadas”, acentua o comunicado saído da reunião.

No imediato, o governo central tem estado a providenciar a distribuição de bens diversos à população.

Sábado, a Angop noticiou que mais 300 toneladas de bens alimentares e fármacos foram distribuídos pelo através do Ministério da Assistência e Reinserção Social e Serviço Nacional de Proteção Civil.

A Angop noticiou ainda que para ajudar a proteger o gado, uma das maiores riquezas da região e que está ameaçado pela falta de pasto e de água, está a ser organizado pelos serviços de veterinária a vacinação dos animais nas zonas de transumância, visando o combate as doenças bovinas.

O objetivo é trabalhar com os criadores nos locais onde existe grande concentração de animais, que devido à seca foram levados para serem alimentados noutros locais.

Segundo um responsável dos serviços de veterinária, atualmente grandes manadas estão concentradas ao longo da fronteira com Namíbia.

Mais de 66 mil animais oriundos dos municípios do Curoca e Cahama encontram-se ao longo da margem do rio Cunene e no norte do município do Cuvelai, precisou o responsável.

 

Lusa

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