Taxas moderadoras na saúde equivalem a “dois maços de tabaco”

O presidente do Governo açoriano minimizou hoje o impacto nos utentes das taxas moderadoras que o Serviço Regional de Saúde (SRS) começou a cobrar na sexta-feira, comparando o seu custo ao de dois maços de tabaco.

“Cinco euros são dois maços de tabaco”, afirmou Carlos César, sublinhando que o custo, por exemplo, da assistência em urgência hospitalar a um doente com insuficiência respiratória durante uma hora por vários profissionais de saúde e com uso de vários meios auxiliares de diagnóstico representa, para o SRS, “algo como entre 500 ou 600 euros”. Apesar de considerar “meramente simbólico” o valor das taxas moderadores, que o seu Governo se tinha recusado a aplicar quando entraram em vigor no Continente, o chefe do executivo sublinhou que gostava que os açorianos “não pagassem nada”. As taxas moderadoras cobradas nas urgências, consultas e em tratamentos de fisioterapia das unidades de saúde dos Açores atingem valores que variam entre cinco e seis euros desde sexta-feira. Carlos César falava hoje na freguesia da Ajuda da Bretanha, onde entregou moradias a 11 famílias de baixos rendimentos. Durante a cerimónia, sublinhou aquela que diz ser a particular atenção do executivo às intervenções nas áreas sociais, especialmente relevantes em situações de dificuldade. “Quando há mais dificuldades é preciso termos os governos mais atentos às coisas mais difíceis para as pessoas”, afirmou. “[Se a Região continuar] a gerir com muito cuidado as finanças públicas vamos conseguindo, caso a caso, circunstância a circunstância, acudir àqueles que tenham maiores problemas”, acrescentou. Na área da habitação, referiu-se à atribuição de uma “prioridade forte” à recuperação de casas degradadas e ao incremento das ajudas ao arrendamento, revelando que, até final do ano, serão 600 as famílias açorianas com rendas comparticipadas. As 11 moradias hoje entregues na Ajuda da Bretanha foram construídas pelo regime de custos controlados, numa iniciativa da Câmara de Ponta Delgada, mas encontravam-se devolutas desde a sua conclusão, em 2009, por falta de compradores. Para pôr termo a um processo que Carlos César classificou de “história atribulada e curiosa”, o Governo Regional decidiu arrendá-las ao construtor, cedendo-as, através da cobrança de “rendas sociais”, aos moradores.

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