A maioria dos trabalhadores portugueses ao serviço das forças norte-americanas instaladas na Base das Lajes, Açores, está contra a nova fórmula de cálculo dos aumentos salariais, revelou Vítor Silva, da União de Sindicatos de Angra do Heroísmo.
“Os trabalhadores não se conformam com o fim do inquérito salarial e estão à procura de soluções”, afirmou o dirigente sindical à Lusa, acrescentando que um documento contra a nova fórmula de cálculo “foi assinada por mais de metade” dos portugueses que trabalham para as forças militares norte-americanas nas Lajes.
Em causa está a nova fórmula de cálculo dos aumentos salariais anuais dos trabalhadores portugueses da Base das Lajes prevista no acordo de revisão laboral assinado a 11 de Julho entre Portugal e os EUA.
Até essa altura, os aumentos anuais eram definidos pela média dos resultados obtidos através de um inquérito salarial realizado na ilha Terceira.
O acordo acabou com este método, passando o aumento do vencimento a ser igual ao valor mais elevado entre o da função pública portuguesa e o dos trabalhadores civis do Departamento de Defesa dos EUA.
Segundo Vítor Silva, a nova fórmula de cálculo dos aumentos salariais prejudica os trabalhadores, defendendo a necessidade de alertar os partidos políticos para a situação, já que “a palavra final quanto ao acordo compete à Assembleia da República”.
Nesse sentido, a União de Sindicatos de Angra de Heroísmo e o Sindicato da Alimentação, Comércio e Serviço dos Açores iniciam quarta-feira uma ronda de reuniões com as principais forças políticas nos Açores para “apresentar as preocupações” dos trabalhadores portugueses da Base das Lajes.