Trabalhadores da Base das Lajes contra acordo laboral

base-lajesA salvaguarda dos interesses dos trabalhadores portugueses ao serviço das forças norte-americanas na Base das Lajes no acordo recentemente assinado entre Lisboa e Washington foi hoje questionada numa reunião realizada na ilha Terceira, Açores.

“Com a solução adoptada, os trabalhadores portugueses perdem 16,8 milhões de dólares”, afirmou Hélio Sales, ex-presidente da comissão de trabalhadores, para quem o acordo assinado a 11 de Julho apenas serviu para “legalizar as pretensões norte-americanas”.

 

Hélio Sales falava aos jornalistas no final de uma reunião promovida pelo executivo açoriano para explicar os termos do acordo aos trabalhadores portugueses ao serviço das forças norte-americanas.

 

A reunião, que decorreu no Auditório do Ramo Grande, na Praia da Vitória, juntou cerca de sete dezenas dos 840 portugueses que trabalham na Base das Lajes para os militares dos EUA.

 

Nos termos deste acordo, foi abandonado o inquérito salarial que servia para determinar os aumentos salariais, que passam a ser equivalentes ao valor mais elevado entre os aumentos verificados na função pública portuguesa e nos vencimentos dos trabalhadores civis do Departamento de Estado norte-americano.

 

Para Hélio Sales, “o governo regional iludiu os trabalhadores, dizendo que estava ao lado deles e depois puxando o tapete”.

 

“Fez o que bem entendeu, como quem quis e os trabalhadores sentem que foram moeda de troca no negócio”, frisou.

As críticas ao acordo vieram também de João Ormonda, outro ex-presidente da comissão de trabalhadores, para quem “a solução encontrada é lesiva dos interesses dos trabalhadores”, considerando ainda que “cede às pretensões dos EUA”.

 

“É falso que a solução seja vantajosa para os trabalhadores”, afirmou, recordando que o anterior inquérito salarial estabelecia os aumentos através de uma média ponderada dos vencimentos praticados na ilha Terceira.

 

Na sua perspectiva, este anterior método “era um instrumento de justiça e a forma mais correcta” de determinar os aumentos salariais.

 

Por seu lado, Francisco Tavares, representante dos Açores na Comissão Bilateral de Acompanhamento do Acordo das Lajes, rejeitou as críticas, frisando que as negociações com os EUA visaram “defender os interesses dos trabalhadores”.

 

Nas declarações que prestou aos jornalistas, Francisco Tavares não reconheceu a verba de 16,8 milhões de dólares adiantada por Hélio Sales, considerando que ela resulta de “uma interpretação do acordo que não é reconhecida pelos governos de Portugal e dos EUA”.

 

 

 

 

Lusa

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