O presidente da Comissão de Trabalhadores da elétrica açoriana, António Melo, exigiu hoje uma clarificação quanto à eventual privatização da EDA, manifestando preocupação caso o Governo Regional, que detém 50,1% do capital, avance com esta decisão.
“Tem de ficar clarificado. Ou é para privatizar ou não é. Não podemos continuar neste impasse nesta matéria”, afirmou António Melo aos jornalistas, à margem das reuniões que manteve hoje em Ponta Delgada com os grupos parlamentares do PSD e Bloco de Esquerda na Assembleia Legislativa dos Açores.
Para o presidente da Comissão de Trabalhadores da EDA, embora a privatização permitisse ao Governo açoriano obter um encaixe financeiro “de algumas dezenas de milhares de euros”, tal decisão seria um “erro estratégico, com consequências futuras”.
“Já interpelamos o Conselho de Administração da EDA nesse sentido. O que nos é dito, e tem toda a razão de ser, é que o principal acionista é o Governo Regional e é ele que irá vender as ações e não o Conselho de Administração”, disse António Melo.
O grupo EDA é composto por sete empresas, das quais duas têm tido resultados negativos, tem menos de mil funcionários e é detido pelo Governo Regional (50,1%), ESA (39,7%), EDP (10%) e outros (0,2%).
“É preciso não esquecer que os trabalhadores já foram sujeitos a uma primeira fase de privatização da qual ocorreram reajustes”, afirmou António Melo, acrescentando que teme novos despedimentos, deslocalizações e diminuição da qualidade do serviço prestado, sobretudo, nas ilhas mais pequenas.
Na próxima terça-feira a Comissão de Trabalhadores da EDA prossegue a sua ronde de reuniões com o grupo parlamentar do Partido Socialista.
Lusa