“Vamos avançar já com uma ação judicial, no sentido de eles receberem os valores que têm em falta”, disse Vítor Silva, dirigente da USAH, numa conferência de imprensa em que estiveram presentes também os trabalhadores e os seus filhos.
O sindicalista revelou que a USAH vai “solicitar também uma reunião ao vice-presidente do Governo Regional”, acrescentando que ponderam “a possibilidade de uma concentração à porta das instalações do hotel, no sentido de alertar a opinião pública para situações deste tipo”.
“Não basta apoiar as empresas, é preciso mais do que isso, é preciso uma fiscalização intensa, no sentido de ver se as empresas cumprem ou não cumprem e se este apoio está a ser efetivamente um apoio válido”, defendeu, salientando que o sindicato está disposto a “contestar”, caso a empresa que gere o hotel declare insolvência.
Os trabalhadores rescindiram contrato em este mês, alegando justa causa por falta do pagamento do salário do mês de dezembro e dos subsídios de férias e de Natal.
O sindicato deu, na ocasião, um prazo de dez dias para que a empresa que gere o hotel pagasse os montantes em falta, ameaçando levar a situação a tribunal.
Segundo uma das ex-trabalhadoras do hotel, Dora Meneses, os responsáveis nunca justificaram o atraso no pagamento, apesar das várias mensagens enviadas por correio eletrónico, relatando situações de dificuldades.
A ex-funcionária acrescentou que, num último contacto, lhes foi dito pela entidade patronal que não iriam receber, como “castigo”, porque tinham “ido para a comunicação social” e tinham “pedido ajuda ao sindicato”.
“É inaceitável que quem preste o seu trabalho, depois se veja confrontado com situações de extrema necessidade do ponto de vista pessoal e familiar”, frisou Vítor Silva.
Decorre em tribunal também uma ação contra a empresa que construiu a unidade hoteleira de cinco estrelas, que é acusada de não pagar a prestação de serviços a três subempreiteiros, no valor de 28 mil euros.
A Lusa tentou contactar o administrador do hotel, que esteve indisponível.
Lusa