O Tribunal de Ponta Delgada condenou hoje penas de prisão superiores a dois anos os dois homens acusados de roubo ao mais antigo aluno da Universidade dos Açores, de 92 anos, que falecer no hospital vítima de traumatismo craniano.
O roubo a Manuel Júnior aconteceu em 2012 e o idoso, agredido com violência à porta da sua residência, em Ponta Delgada, viria a falecer dois dias depois no hospital local em resultado de um traumatismo craniano.
Um dos suspeitos foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão efetiva pelo “crime de roubo tentado na forma simples”, enquanto o segundo vai ter de cumprir dois anos e dez meses de cadeia.
Este processo foi julgado por um tribunal de júri, constituído por três juízes e quatro jurados.
Na leitura do acórdão, o juiz Moreira das Neves disse que os dois homens, “com problemas graves de toxicodependência, resolveram atacar” o idoso “numa zona onde não estivesse ninguém e retirar-lhe uma mala, exercendo sobre a vítima violência”.
O idoso, que “ofereceu resistência” aos assaltantes, “bateu com a cabeça, o que lhe causou traumatismo provocando hemorragias”, acrescentou o juiz, salientando que os dois homens “jovens, escolheram uma vítima frágil”.
Moreira das Neves referiu que os dois homens “agiram deste modo” porque “têm problemas graves de toxicodependência” e, no dia do roubo, “tinham consumido uma droga com efeitos parecidos à cocaína”.
“E foi isto que os determinou. Estavam agitados e queriam consumir mais e resolveram assaltar o idoso”, apontou, acrescentando que ambos os arguidos têm antecedentes criminais.
O juiz referiu que neste processo “o que está em causa não é um homicídio, mas é a tentativa de roubo que veio a culminar com a morte de uma pessoa”.
“O idoso tomava medicamentos para não ter problemas cardiovasculares e isto perante o traumatismo pode gerar complicações e foi isto que aconteceu”, sustentou, frisando, no entanto, que os dois homens “escolheram uma pessoa especialmente vulnerável” para o assalto, referindo-se ainda que se tratou um roubo “violento”.
Os dois homens estavam em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Ponta Delgada a aguardar julgamento.
À saída do Tribunal, o filho da vítima disse estar “profundamente dececionado com a justiça”.
“Penso que não foi feita justiça. Mas, não há mais nada a fazer infelizmente”, afirmou Moniz Correia, aos jornalistas.
Lusa