Qualificação e sustentabilidade do Turismo nos Açores em debate até domingo em São Jorge

São Jorge recebe, de 11 e 14 de abril, o I Encontro Regional de Turismo, que tem como tema central “Qualificação – Desafio para a Sustentabilidade do Turismo dos Açores”, envolve a participação de cerca de 150 pessoas e conta com a presença de especialistas regionais, nacionais e estrangeiros de várias áreas profissionais, que vão partilhar conhecimentos e experiências em diferentes áreas temáticas, numa perspetiva de se alcançar o verdadeiro desenvolvimento sustentável do destino Açores.

O evento pretende ser um espaço de reflexão e debate sobre temas da atualidade do turismo açoriano, decorrentes das grandes mudanças que revolucionaram este setor nos últimos anos, nomeadamente as oportunidades e os desafios que se colocam em prol da qualificação e da sustentabilidade do destino turístico Açores, permitindo, simultaneamente, a partilha de ideias, experiências, projetos e novas abordagens nestes domínios.

O setor do turismo nos Açores “é já um dos principais motores de desenvolvimento económico, gerador de riqueza e de emprego, que chega também, e cada vez mais, a famílias que têm sabido aproveitar a dinâmica desta atividade”, afirmou a Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo na abertura do evento, destacando que “estamos a crescer mais em receitas do que em dormidas, com 95 milhões de euros em termos de proveitos totais na hotelaria tradicional em 2018”.

Para Marta Guerreiro os números do Alojamento Local, os dados são ainda mais animadores, adiantando que “com base numa tarifa média relativamente contida do Alojamento Local, considerando o total das dormidas registadas, podemos chegar a uma estimativa das receitas nesta tipologia, em 2018, superiores a 15 milhões de euros, uma verdadeira fonte de rendimento direto para as famílias açorianas”, sublinhando que esta tipologia de alojamento “tem permitido gerar dinâmica, quer nas cidades e vilas, mas também em freguesias mais rurais ou mais afastadas dos grandes centros turísticos, não só ao nível do emprego que gera, mas também no impacto económico, quer direto, quer do que resulta para os restantes comerciantes, na maioria dos casos de pequena dimensão, na zona onde se inserem”.

“Esta componente da democratização do turismo e de dispersão territorial é imensamente importante”, realçou a governante, considerando que estes dados “se traduzem, na prática, em benefícios para as pessoas”, afirmou.

Segundo a Secretária Regional, o setor do turismo, em 2017, já representava cerca de 12% da população empregada, contando com cerca de 6.000 colaboradores por conta de outrem em alojamento, restauração e similares, “o que comprova o já grande peso do turismo enquanto atividade económica de grande dinamismo”.

“Considerando o número de empregados de outras atividades, como a animação turística, as rent-a-car, já para não falar de várias áreas do comércio, que também beneficiam da dinâmica turística, ou mesmo do alojamento local, este peso seria, seguramente, muito superior”, acrescentou.

Na sua intervenção, a Secretária Regional destacou a “evolução muito favorável da taxa de sazonalidade”, na Hotelaria Tradicional, que, de 2013 para 2018, conseguiu “reduzir em oito pontos percentuais o peso que os meses de junto a setembro detinham em termos de dormidas, o que significa que se está a conseguir, gradualmente, assegurar maior rentabilidade às unidades hoteleiras nos meses mais baixos”.

“Um trabalho cooperante, de auscultação, que também é o mote da realização deste Encontro, potenciando este contacto direto e trazendo a debate temas que se nos colocam atualmente, como desafios do nosso crescimento”, afirmou Marta Guerreiro.

Nesse sentido, salientou o facto de o tema central deste Encontro ser precisamente ‘Qualificação – Desafio para a Sustentabilidade do Turismo dos Açores’, apresentando “um programa transversal a todas as nossas prioridades estratégicas, que vão desde a sustentabilidade do destino, a fiscalização, a qualificação e a valorização do setor, o combate à sazonalidade, os incentivos, a promoção externa ou, até mesmo, pensar nas abordagens a questões como ‘O turismo dos Açores – 9 ilhas ou 1 destino?’”.

A titular da pasta do Turismo referiu ainda que deste Encontro “não vão sair apenas respostas, mas provavelmente ainda mais questões sobre o papel de cada entidade, de cada empresa, de cada pessoa, para que não impere a resignação face ao que já alcançámos, com a vontade de querermos mais e melhor”.

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